As principais potências emergentes estão prontas para comprometer-se nesta sexta-feira em dar dinheiro para impulsionar o poder de fogo do Fundo Monetário Internacional (FMI) contra a crise, embora o Brasil busque garantias de aumento de seu poder de voto na instituição.
A Rússia afirmou que o G20 -grupo formado pelas principais economias do mundo- e países emergentes estão prontos para dedicar em uma reunião nesta sexta-feira novos recursos suficientes para atender ao pedido da diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, de pelos menos 400 bilhões de dólares, para se encerrar a crise de dívida da zona do euro. A própria Rússia oferecerá 10 bilhões de dólares.
"Confie em mim que o G20 anunciará a quantia final. Será uma quantia que vai satisfazer a gerência do Fundo Monetário Internacional", disse Sergei Storchak, vice-ministro das Finanças russo.
O apoio de Rússia, China e Brasil é crucial para o valor pretendido pelo FMI. Europa e Japão já prometeram 320 bilhões de dólares. Um diplomata internacional afirmou que, no total, países emergentes dispuseram pelo menos 100 bilhões de dólares.
O FMI vem alertando que a crise da dívida da zona do euro apresenta o risco mais grave à expansão da economia global, e mercados financeiros mostram preocupação que Espanha e Itália podem ser os próximos a procurar resgates, na linha do que fizeram Grécia, Irlanda e Portugal.
Mas o Brasil afirmou que, como condição para fornecer fundos, as potências emergentes querem novas garantias de que haverá reconhecimento por escrito no comunicado do G20 do peso que suas crescentes economias têm no âmbito global. Elas estão frustradas com atrasos -particularmente dos Estados Unidos- na implementação de um acordo para reduzir a influência da Europa no FMI e levantar a China para o posto número 3 de votação.
"O que queremos e exigimos em todas as reuniões é que esse compromisso seja reafirmado", afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, após reunião na quinta-feira de autoridades dos Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Mantega vai tratar do assunto de maneira mais contundente ainda em um discurso preparado para o sábado em uma comissão do FMI, afirmando que não é mais suficiente a simples repetição de que reformas no sistema de votação são cruciais para a efetividade do FMI.
"O progresso nesta frente tem sido limitado e lento", afirmará o ministro, segundo o texto.
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