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fórum econômico mundial

Pouca inovação limita crescimento da AL

Colheita de soja na Bahia: o Brasil e seus vizinhos são tidos como importantes no desafio de elevar produção, mas gargalos de infraestrutura são entraves | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Colheita de soja na Bahia: o Brasil e seus vizinhos são tidos como importantes no desafio de elevar produção, mas gargalos de infraestrutura são entraves (Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo)

O crescimento impulsionado pela exportação de produtos básicos, as deficiências na infraestrutura, a baixa qualidade da educação e o reduzido investimento em inovação são os principais riscos e limitadores do crescimento econômico da América Latina, que está diante de grandes oportunidades de avanços socioeconômicos. Essa foi a conclusão dos participantes de um painel que discutiu ontem riscos que podem afetar a América Latina, durante o Fórum Econômico Mundial.O ex-ministro colombiano do Desenvolvimento Maurício Cárdenas, diretor do Brookings Institute para a América Latina, disse não ter dúvidas de que essa é a década do subcontinente, com destaque para o Brasil, mas ressaltou que há riscos enormes. O primeiro é o crescimento impulsionado pela venda de commodities, cuja demanda pode ser reduzida no futuro próximo caso se confirmem os sinais de recessão mundial e de excesso de investimento na China, que tem capacidade ociosa alta.

O colombiano apontou a infraestrutura frágil dos países latino-americanos como um dos principais gargalos para o crescimento e brincou com a plateia, ao chegar atrasado. "Estava experimentando a infraestrutura", disse, relatando que ficara uma hora num engarrafamento no Rio.

Baixo investimento

Além de um fator de risco para a expansão de projetos e investimentos, Rebeca Grynspan, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, apontou o baixo investimento em educação e em inovação como outro limitador do potencial econômico da América Latina, inclusive na maior economia da região, o Brasil. "Os países conseguiram levar a educação a todos, mas as desigualdades terão de ser enfrentadas com o aumento da qualidade do ensino terciário e com mais investimento em pesquisa e desenvolvimento."

O economista brasileiro Roberto Teixeira da Costa, do Conselho de Empresários da América Latina (Ceal), apontou a descentralização da gestão da educação como um entrave para a melhoria da qualidade do ensino no Brasil. "O problema é que a educação no Brasil é responsabilidade dos Estados, não é afetada [imediatamente] por mudanças do governo [federal]. O ministro da Educação deveria ser o mais importante do governo, mas não é."

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