Brasília Se depender dos investimentos das indústrias, o governo verá frustrada a expectativa de a economia brasileira crescer 5% de forma sustentada a partir do ano que vem. Sondagem especial feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que os investimentos vêm sendo feitos abaixo do que as próprias empresas planejam, basicamente por dificuldades já conhecidas e repetidas pelo empresariado à equipe econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com a pesquisa, apenas um terço (29,6%) das empresas que esperavam investir neste ano cumpriram o planejado. Mais: 15% da indústria nacional nem sequer previu investimentos em seus orçamentos de 2006 para atender a um eventual aumento de demanda no próximo ano.
A taxa de investimentos, públicos e privados, ocupa cada vez mais espaço na pauta do governo federal diante da necessidade de alavancar a economia após quatro anos de expansão abaixo da média de outros países emergentes. Em sua campanha à reeleição, por exemplo, Lula repetiu que nunca o país teve bases tão sólidas para deslanchar a economia. Nisso, o presidente e os empresários discordam.
Como esperado, a estagnação dos investimentos foi mais sentida pelas pequenas e médias empresas a grande maioria do país do que nas grandes. Exemplo: 40% das empresas menores adiaram, cancelaram ou não planejaram investimentos neste ano. Entre as grandes, o índice foi de apenas 10,9%.
Para o ano que vem, a expectativa segue a tendência: 92% das grandes empresas e 82% das pequenas e médias avaliam que não será preciso comprar máquinas e equipamentos.