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Poupança capta R$ 12,2 bilhões no primeiro semestre, novo recorde

A tradicional caderneta de poupança registrou a captação (depósitos menos retiradas) de R$ 12,24 bilhões no primeiro semestre deste ano, novo recorde para este período desde o início da série histórica do Banco Central, em 1995.

Até então, a maior captação (depósitos menos retiradas) para o primeiro semestre de um ano havia sido registrada em 2007, quando os depósitos em caderneta de poupança superaram as retiradas em R$ 8,77 bilhões, de acordo com dados do BC.

No seis primeiros meses do ano passado, quando a economia sentiu os efeitos da crise financeira e houve escassez de empréstimos externos, houve o ingresso de R$ 2,44 bilhões na poupança no primeiro semestre.

Somente em junho deste ano, de acordo com dados do BC, a caderneta de poupança captou R$ 4,17 bilhões, o que representa a maior entrada líquida de recursos (depósitos menos retiradas) para este mês desde 2002, quando houve o ingresso de R$ 5,29 bilhões na modalidade.

Depósitos, retiradas e saldoSegundo dados do BC, os depósitos de recursos na poupança somaram R$ 545,17 bilhões no primeiro semestre deste ano, enquanto as retiradas totalizaram R$ 532,92 bilhões no período. Atualmente, há mais de 90 milhões de contas poupança ativas no Brasil.

No fim de junho, o volume total de recursos depositado na mais tradicional modalidade de investimentos do país somou R$ 340 bilhões, contra R$ 334,87 bilhões no fechamento de maio. No fim de 2009, o saldo total da poupança estava em R$ 319 bilhões.

Alta dos juros

O ingresso de recursos na poupança tem sido favorecido pelo aumento do emprego e da renda no país. Entretanto, a elevação da taxa básica de juros da economia tende a diminuir a rentabilidade da poupança frente a outras aplicações de renda fixa, como os fundos de investimento dos bancos e os títulos públicos vendidos pela internet pela Secretaria do Tesouro Nacional.

Neste ano, a taxa básica de juros da economia já subiu em em abril e junho. Atualmente, está em 10,25% ao ano após dois aumentos de 0,75 ponto percentual, e a expectativa do mercado financeiro é de que os juros subam para 11% ao ano ainda neste mês. Até o fim do ano, os economistas dos bancos apostam que a taxa de juros chegue a 12% ao ano para tentar conter pressões inflacionárias.

Remuneração

Pelo sistema vigente, a poupança rende juros fixos de 0,5% ao mês, mais a variação da Taxa Referencial (TR). No primeiro semestre deste ano, o rendimento da poupança ficou em 3,23%, enquanto que os fundos de renda fixa renderam 5,26% e captaram R$ 25,9 bilhões neste período. Já os fundos referenciados em depósitos interfinanceiros apresentaram rendimentos de 4,35% no primeiro semestre, segundo dados da Associação Nacional dos Bancos de Investimentos (Anbid).

Na caderneta de poupança, porém, não há cobrança da taxa de administração (que pode chegar a 4% em alguns fundos de investimentos) e nem do Imposto de Renda, cuja alíquota varia de 15% a 22,5% (dependendo do prazo da aplicação). Na caderneta de poupança, os depósitos são assegurados até R$ 60 mil por CPF, mas se o poupador retirar os recursos antes do fechamento do mês (a chamada "data de aniversãrio), fica sem a rentabilidade proporcional.

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