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Perguntas e respostas

Saber o que vai acontecer com a aplicação e qual são as possíveis opções para preservar as economias: a sensação é de dúvida entre os poupadores. Por isso, a Gazeta do Povo consultou um especialista – Samy Dana, professor de economia da FGV de São Paulo – para tentar entender o que acontece com a poupança com a modificação da forma de rendimento e o reflexo disso na economia brasileira. Veja abaixo algumas das questões.

Será preciso criar uma nova poupança? Ou as regras vão depender de cada instituição bancária?

Os investidores não precisam se preocupar, porque é o banco que será obrigado a fazer a separação dos depósitos feitos antes e depois da validade da medida provisória.

Essa mudança no rendimento pode ser considerada quebra de contrato entre banco e clientes?

Para o professor Samy Dana, a mudança não se trata de quebra de contrato, uma vez que será aplicada aos depósitos novos.

Quando for efetuado saque da poupança, será feita diminuição dos velhos ou novos depósitos? Por exemplo: se possuo depósito de R$ 100,00 anterior a 03/05 e R$ 100,00 posterior a 03/05 ? Se for efetuar saque de R$ 50,00, de qual dos dois depósitos será feita a retirada?

A retirada será feito sempre do depósito mais recente até que a necessidade do poupador ultrapasse o valor disponível depositado antes da publicação da medida. Por isso, os economistas comentam que seja interessante evitar movimentar o valor aplicado antes de 4 de maio.

O valor que eu depositar a partir do dia 4 vai render com as taxas "antigas" até que a Selic esteja menor que 8,5% e depois passa a render menos? Por exemplo: eu passarei a depositar R$ 1 mil na poupança todos os meses e só em novembro a Selic fica menor que 8,5%. A partir daí todo valor passa a render menos?

O professor explica que a mudança só vai acontecer quando a taxa ficar igual ou menor que 8,5% e a remuneração será feita mensalmente de acordo com a Selic. Não haverá nenhum tipo de remuneração nem penalidade retroativa.

Tenho R$ 15 mil na poupança e planejava transferir mensalmente R$ 2 mil para a poupança, a partir de agora. Isso vale a pena ou deveria procurar outro investimento?

A sugestão de Dana para esses valores, caso o prazo de investimento seja superior a seis meses, é a aplicação em Letras Financeiras do Tesouro (LFTs), títulos disponíveis para compra pelo Tesouro Direto. O rendimento das LFTs é atrelado a Selic.

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Extratos

A medida provisória que alterou o rendimento das cadernetas estabelece que os bancos devem mostrar os saldos de depósitos pré e pós-mudança separadamente, "de modo claro, preciso e de fácil entendimento". O primeiro extrato precisa ser enviado em até 30 dias.

Especialistas alertam que não é preciso se precipitar e retirar dinheiro da poupança, depois das alterações que entraram em vigor ontem. "Sugiro que não mexa quem já tem a poupança antiga, que não se precipite", diz Samy Dana, professor de finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo. Gilberto Braga, professor de finanças do IBMEC no Rio, concorda que a poupança antiga continua mais rentável do que uma série de investimentos em títulos públicos. "Não vai mudar nada por enquanto. Não é motivação suficiente para migrar o dinheiro para outros investimentos ou para consumo", comenta.

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O rendimento da poupança para o dinheiro depositado até quinta-feira continua sendo de 0,5% ao mês (6,17% ao ano) mais taxa de referência (TR). Mas depósitos feitos a partir desta sexta-feira terão o rendimento equivalente à soma da TR com 70% da meta da Selic, sempre que a taxa estiver igual ou abaixo de 8,5% ao ano. O Banco Central já indicou que a taxa Selic pode cair de 9% para 8,5% ao ano, na reunião de 30 de maio.

A Caixa Econômica Federal divulgou comunicado ontem para informar aos cerca de 41,4 milhões de clientes com poupança no banco – líder nesse segmento – que esclarecerá dúvidas sobre rendimentos pelo SAC Caixa (0800 726 0101), pelo site (www.caixa.gov.br) e nas agências em todo o país.

Mesmo com a queda e a remuneração menor de novos depósitos na poupança, Samy Dana, da FGV, diz que a nova poupança continuará mais rentável do que títulos públicos vendidos pelo Tesouro Direto se o investimento tiver de ser resgatado antes de seis meses. Isso porque a poupança permanece isenta de imposto de renda, enquanto títulos públicos estão sujeitos à cobrança de taxa de custódia, de corretagem e de negociação, além de ter cobrança regressiva de imposto de renda.

Mais novos primeiro

A Medida Provisória 567, que alterou a fórmula de cálculo, estabelece a ordem de débito para os saques que vierem a ser feitos pelos poupadores. Eles serão debitados, inicialmente, do saldo dos depósitos efetuados a partir de 4 de maio de 2012. Somente após o esgotamento desses depósitos é que o saque passará a ser feito dos saldos das poupanças antigas. Essa fórmula faz com que os depósitos mais antigos (que, pelas novas regras, rendem mais) fiquem "protegidos".

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Caso não concorde com esse critério, determina a MP, o poupador pode fazer uma manifestação formal ao banco. As instituições financeiras estão obrigadas a segregar, do saldo dos depósitos de poupança efetuados a partir desta sexta-feira, o saldo dos depósitos de poupança anterior àquela data. Os demonstrativos de movimentação da conta de poupança terão de mostrar "de modo claro, preciso e de fácil entendimento", os saldos separadamente. O primeiro demonstrativo deverá ser enviado ao cliente em até 30 dias contados a partir desta sexta-feira.

O Banco Central, diz a MP, poderá solicitar aos bancos informações sobre o procedimento adotado no cálculo da remuneração das cadernetas de poupança e sobre a evolução dos saldos.

JurosBanco do Brasil reduz mais taxas e cria linhas com garantia de imóvel

Pela terceira vez desde o início de abril, o Banco do Brasil anunciou ontem novas reduções de juros e a criação de uma linha para não clientes que aceitará como garantia imóveis ou veículos. A taxa do cheque especial para clientes que tenham conta-salário no banco e aderiram ao programa Bom pra Todos (pacote de serviços e tarifas) caiu da máxima de 8,31% para a taxa única de 3,94% ao mês.

Dentro do mesmo programa, a linha de crédito pessoal automática, ou de renovação de empréstimo, caiu da máxima de 5,79% para o teto de 3,94%. As novas taxas entram em vigor a partir desta segunda-feira. "Com essas novas reduções, os clientes pessoa físicas que aderirem aos pacotes Bom pra Todos não pagarão mais do que 3,94% de juros por mês em todas as modalidades de crédito do banco", disse o vice-presidente de Negócios de Varejo do BB, Alexandre Abreu.

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O BB criou ainda uma linha de crédito para não clientes, mas que estejam dispostos a oferecer um imóvel como garantia. Nessa modalidade, o juro será de 1,52% a 1,60% ao mês, e o financiamento será de até 50% do valor total que consta no carnê de pagamento do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).