Os depósitos em cadernetas de poupança somaram R$ 98,940 bilhões no mês de março, enquanto as saídas atingiram R$ 96,395 bilhões. Com isso, a captação líquida ficou em R$ 2,544 bilhões, constituindo-se no melhor resultado para meses de março, desde 1995, início da série histórica de acompanhamento da poupança.
O resultado reverte os saldos negativos de janeiro (R$ 2,838 milhões) e de fevereiro (R$ 412,520 milhões) e deixa uma captação líquida de R$ 2,129 bilhões no primeiro trimestre, de acordo com números divulgados hoje (5) pelo Banco Central (BC).
Dos 22 dias úteis de março, 13 registraram saldos negativos, e tudo apontava para um equilíbrio entre entradas e saídas no final do mês, mas no último dia útil de março sexta-feira da semana passada o BC registrou entrada atípica de depósitos, maiores que as saídas em R$ 2,545 bilhões.
A captação líquida e os rendimentos de R$ 2,119 bilhões creditados no mês elevaram o estoque da poupança de R$ 424,333 bilhões, em fevereiro, para R$ 428,997 bilhões no mês passado.
Do total, R$ 337,863 bilhões (78,75%) são do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), usados em grande parte para financiamento habitacional, e R$ 91,134 bilhões (21,24%) são da poupança rural. Existe, ainda, um resíduo de R$ 2,441 milhões de poupança vinculada em contas antigas, que aos poucos vai sendo eliminado.
Com a queda do juro básico da economia, a taxa Selic, a poupança passou a ser um grande ponto de preocupação do governo. Como a aplicação tem rendimento pré-estabelecido - a taxa referencial (TR) somada de juro mensal de 0,5% -, o governo teme que as cadernetas passem a ficar muito mais vantajosas que outras aplicações, como os fundos de renda fixa que compram títulos da dívida do governo que pagam a taxa Selic. O temor é que haja uma forte migração de recursos para a poupança, o que atrapalharia a gestão da dívida pública.