O novo serviço estadual de inspeção de produtos de origem animal, que será anunciado hoje em Londrina, não vai dispensar o Serviço de Inspeção do Paraná (SIP). O estado é o primeiro do país a adotar o Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi/Poa), que autoriza a circulação dos produtos certificados em todo o país. Porém, como a adesão dos fabricantes de alimentos a este sistema não é obrigatória, será necessário manter dois serviços, disse ontem o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini.
O Sisbi faz parte do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa), que autoriza estados e municípios a inspecionarem alimentos para circulação nacional. Para integrar o Suasa, é necessário seguir os métodos e possuir estrutura para atuar como braço do Serviço de Inspeção Federal (SIF), que deve se concentrar nos produtos destinados à exportação.
Bianchini explica que foram necessários dois anos de trabalho para atender as exigências do Suasa, com novas contratações e melhoria da estrutura física do SIP. O treinamento dos fiscais está na fase final e os primeiros selos dos Sisbi devem ser emitidos em setembro. A previsão é que as empresas interessadas em ampliar seus mercados dentro do país troquem o SIP pelo Sisbi, sem custos adicionais.
Ele prevê uma rápida migração para o novo sistema, mas não há data para a extinção do SIP. "Vamos sentir agora qual o nível de dificuldade do novo sistema. Ainda temos que mostrar na prática que o estado é capaz de desempenhar o papel da fiscalização federal."
O governo federal prevê adesão ampla de estados e municípios ao Suasa. Segundo o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, com isso, a estrutura do SIF poderá ser melhor aproveitada. A meta, afirma, é evitar vigilância dupla (ou tripla) e desburocratizar as inspeções, facilitando o crescimento de médias e pequenas empresas. (JR)