Em março, o saldo de empregos criados no Paraná foi de 5,9 mil bem abaixo dos 25,6 mil de fevereiro, mas ainda um resultado positivo no que foi o pior mês de março para a geração de empregos no país. O estado ficou em quarto lugar entre os que mais geraram empregos no período, atrás de São Paulo (19,3 mil postos), Rio Grande do Sul (13,7 mil) e Santa Catarina (6,4 mil).
INFOGRÁFICO: veja a evolução do saldo de empregos Nos três primeiros meses do ano, o saldo paranaense foi de 45,6 mil vagas. Esse valor é a diferença entre 447.252 admitidos e 401.581 desligados no período, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quinta-feira (17).
Desde março do ano passado, o Paraná criou 85,6 mil empregos formais. A taxa representa aumento de 3,2% na comparação com o período anterior, de março de 2012 ao mesmo mês de 2013. O maior crescimento foi no setor de serviços, que registrou aumento de 4,15% nos últimos 12 meses, com 39,8 mil vagas de saldo. A passos mais lentos caminhou a área da agropecuária, que teve o menor crescimento 0,25% e 273 vagas de saldo em um ano.
Curitiba e RMC
Em Curitiba o saldo de vagas foi negativo (-412) em março, pois houve mais desligamentos (39.248) do que admissões (38.836). Os trabalhadores da indústria de transformação amargaram o maior número de desligamentos (1,3 mil), valor parecido ao maior crescimento, no setor de serviços. Mas os desligamentos na construção civil (557) puxaram o índice pra baixo.
O resultado da capital é parecido com o da Região Metropolitana de Curitiba (RMC), que cresceu pouco: 0,01%, com 119 empregos de saldo. Os mais de 1,4 mil desligamentos da indústria de transformação foram compensados por 1,9 mil admitidos na área de serviços e 430 no comércio.
Dados conflitantes
Apesar de ter sido o pior mês na geração de empregos em nível nacional, com saldo de apenas 13,7 mil vagas no Brasil, março também registrou o menor índice de desemprego para o mês desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2002. A taxa em março recuou para 5%. Apesar de parecerem dois dados conflitantes, o economista Fábio Tadeu Araújo explica que o IBGE considera somente as pessoas que procuram emprego não entra na soma aquelas que estão sem trabalho, mas não buscam um novo posto - o que pressiona a taxa. "Mesmo que a geração de empregos seja menor, se tem gente deixando de procurar emprego, o índice de desemprego fica menor também", diz.
O economista diz ainda que a queda em relação a fevereiro da taxa de desemprego foi baixa (5%, ante 5,1% no mês anterior), portanto é condizente com a baixa geração de empregos. "A queda foi pequena porque a geração de emprego foi pequena. Se tivéssemos mais geração de empregos, talvez a taxa de desemprego teria recuado não pra 5%, mas pra 4,8%, por exemplo".
A pesquisa do IBGE não engloba o Paraná e Curitiba. Ela é realizada nas regiões metropolitanas do Recife, de Salvador, de Belo Horizonte, do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Porto Alegre.