Apesar do saldo positivo da balança comercial, o Paraná não tem o que comemorar em relação às exportações. Em 2015, as empresas do estado faturaram US$ 14,9 bilhões com os embarques para o exterior, número 9% inferior do alcançado em 2014 e também o menor dos últimos cinco anos, de acordo com os dados do ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Mesmo com o real desvalorizado 48,5% em relação ao dólar, o comércio com os outros países no ano passado não reagiu. O saldo positivo da balança comercial do estado, de US$ 2,4 bilhões, se deu basicamente por conta da forte retração das importações, que passaram de US$ 17,2 bilhões em 2014 para US$ 12,4 bilhões no ano passado, uma queda de 28%.
A perda de faturamento nos embarques internacionais das empresas do estado em 2015 foi disseminada: seis dos dez principais produtos vendidos para o exterior lucraram menos: soja, farelo de soja, açúcar, óleo de soja, automóveis e café solúvel.
O complexo soja (grão, óleo e farelo) foi um dos grandes prejudicados pela queda de preços no exterior, causada pelo excesso de oferta e redução nas cotações internacionais. Em 2015, a soja brasileira teve um recuo de 8,8%, em média, no valor vendido.
Entre os produtos que acumularam alta nas vendas, o milho foi o que registrou maior aumento (6%) com US$ 617 milhões em embarques, ante US$ 580 milhões em 2014. Ao lado dele, com resultados positivos, aparecem frango, madeira e papel.
Para este ano é esperada uma recuperação na safra de grãos e a estabilidade nos preços das commodities agrícolas, embora ainda pressionados. Outro diferencial deve vir no aumento dos volumes embarcados, principalmente da soja e açúcar.
Outra perspectiva positiva para o cenário externo em 2016 é o mercado argentino, promessa para a venda de produtos manufaturados, especialmente veículos e máquinas agrícolas. O Paraná é um dos principais produtores brasileiros de máquinas, como tratores e colheitadeiras, e também de veículos, principal produto embarcado para o país vizinho. “O setor automotivo claramente também vai ser beneficiado este ano com o novo presidente Mauricio Macri”, afirma José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).