A cadeia produtiva paranaense começa 2011 com boas notícias vindas da política. Ontem, ao assumir oficialmente a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado (Seab), Norberto Ortigara anunciou a criação da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), que atende a uma das reivindicações feitas pelo setor durante a campanha eleitoral do ano passado. O objetivo do novo secretário é encaminhar o primeiro esboço do projeto de lei ao governador Beto Richa ainda neste mês. Quando concluído, o texto deve seguir para aprovação na Assembleia Legislativa.
O controle de sanidade agropecuária era uma das principais vertentes da antiga gestão da pasta, que estava sob o comando Erikson Chandoha desde abril de 2010. Em sua última fala como secretário, Chandoha reconheceu que a tarefa de tornar o estado uma área livre de febre aftosa sem vacinação era mais difícil do que se previa. Segundo Ortigara, a economia do Paraná perdeu cerca de US$ 1 bilhão com a aftosa desde 2005.
Além do controle sanitário, o secretário de Agricultura revelou que pretende investir em programas de promoção da qualidade de vida no meio rural, melhorar a competitividade das cadeias produtivas com abertura de novos mercados e manter projetos como o Trator Solidário, Luz Fraterna, os de conservação de solos e águas, e os de preservação da biodiversidade.
Ministério
Em Brasília, promessas similares às de Ortigara permearam o discurso do ministro da Agricultura, Wagner Rossi. Ele elegeu a questão sanitária como uma das prioridades em seu segundo mandato à frente da pasta e garantiu que não faltarão recursos federais para essa área. "O país tem hoje um protagonismo no mercado de carnes importante e os requisitos dos compradores são crescentes", justificou. Afirmou que a sinalização de um controle maior dos gastos públicos no primeiro ano do governo Dilma Rousseff não o preocupa. "O Ministério da Agricultura sempre teve um orçamento modesto, com exceção dos recursos destinados à política de garantia de preços mínimos, que dependem do desempenho da agricultura no ano", relativizou.
Rossi colocou ainda na linha de frente o trabalho no Congresso pela aprovação do Código Florestal. O ministro elogiou o projeto de alteração proposto pelo deputado federal Aldo Rebelo, já aprovado em comissão, e defende que o texto original seja mantido pelo plenário da Câmara. "É claro que algumas preocupações dos ambientalistas que a ministra Izabella [do Meio Ambiente] expressa com empenho podem ser consideradas. Podem ser feitos pequenos ajustes, mas no Senado, porque agora o setor produtivo precisa de uma sinalização clara de que haverá tranquilidade, segurança jurídica e que o Brasil reconhece a importância da agropecuária, com 27% do PIB e mais de 40% dos empregos", argumentou.