O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, reconheceu nesta quarta (18) que o preço dos combustíveis no Brasil já está alto e que a guerra de Israel contra o Hamas, a depender de como desenrolar se os países vizinhos entrarem no conflito, pode desencadear novos reajustes.
A afirmação foi dada pela manhã logo após uma reunião que teve com o vice-presidente Geraldo Alckmin e com o secretário-geral da Opep, Haitham Al-Ghais. O executivo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo está no Brasil desde o começo da semana.
“O preço do petróleo já está afetado, piorar mais a guerra é a tempestade perfeita”, disse.
Prates afirmou que a Petrobras ainda está “administrando a crise anterior a essa”, do fim da isenção de impostos federais como PIS e Cofins em março e que, desde então, o preço subiu por “várias circunstâncias que se coordenaram para isso”.
De acordo com ele, o “espasmo final com a questão de Israel deu-se durante dois, três dias. Depois voltou à estrutura de antes, mas ainda é estrutura de preço alto”, em referência à oscilação que o preço do barril do petróleo vem tendo desde o início dos conflitos, no dia último dia 7.
Na ocasião, o preço do barril do petróleo subiu de US$ 84 para US$ 87 no dia seguinte aos ataques. Desde então, o valor está em oscilação e chegou nesta quarta (18) a US$ 91,84.
Apesar da escalada que a guerra está tomando, como o bombardeio a um hospital em Gaza e a rejeição à proposta do Brasil no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), Prates vê que, neste momento, não há a intenção explícita dos demais países do Oriente Médio se movimentarem na guerra.
“Das conversas que a gente tem tido, não há intenção de se meter ali nesse momento e tentar procurar solução pacifica, de contorno da situação toda, de réplica daquele ataque terrorista, mas ainda sem alastrar para o resto do Oriente Médio”, afirmou.
A visita do secretário-geral da Opep ao Brasil foi um encontro de cortesia em que a organização busca conhecer as iniciativas que vêm sendo tomadas na questão da transição energética. “O Brasil é importante, tem recursos naturais abundantes, está fazendo transição energética, é capaz de dar um exemplo como sempre e a gente tem estreitado as relações”, completou.
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