Preço da batata foi um dos que mais subiu na cesta básica de Curitiba no mês de maio| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

Apesar de arroz e feijão mais baratos, cesta básica sobe no país

O mês de maio foi de alta no custo da cesta básica. Em 15 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) houve alta no conjunto dos produtos alimentícios essenciais. As maiores altas foram registradas no Recife (8,57%), Natal (4,90%) e Salvador (3,90%).

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Após dois meses consecutivos de queda, o preço da cesta básica aumentou 0,76% em Curitiba no mês de maio, revela o levantamento mensal realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e divulgado nesta quinta-feira (4). O encarecimento acompanha uma tendência nacional. O preço da batata e do leite foram os que mais aumentaram, 19,58% e 11,33% respectivamente. No entanto, no acumulado de 2009, Curitiba ainda registra queda de -7,87% no preço, a terceira maior entre as 17 capitais pesquisadas. O valor da cesta na capital paranaense hoje é de R$ 211,33.

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No acumulado do ano, Curitiba ainda registra uma queda de 7,87% no preço da cesta básica. É a terceira maior queda entre as cidades pesquisadas, ficando atrás apenas de Aracaju (-12,67%), e Florianópolis (-10,40%). Se considerado os últimos 12 meses, Curitiba ficaria em 5º lugar no ranking das que tiveram maior queda no preço, com uma variação de -4,26, atrás de Aracaju (-7,96%), Belo Horizonte (-6,27%), Fortaleza (-5,82%) e Florianópolis (-5,41%).

Segundo Sandro Silva, economista da regional do Dieese em Curitiba, 10 dos 13 produtos da cesta básica apresentaram queda nos preços. Apenas a batata, o leite e o tomate ficaram mais caro em relação ao mês anterior. "O aumento foi muito ligado a batata e ao leite. Se esses produtos ficassem iguais ao mês anterior, teríamos uma nova queda este mês", explica.

O preço da batata subiu nas 9 capitais onde o produto é pesquisado. O aumento vem se repetindo desde abril e no acumulado já chega a 46,75%. De acordo com Silva, o fim da safra e fatores climáticos são os principais responsáveis pelo aumento. "A safra da batata se concentra muito em janeiro quando chegamos na época atual ficamos dependentes de produto vindo de fora. Isso aliado a seca e estiagem que prejudicou a produção em alguns locais. Esses fatores fazem com que a oferta do produto caia e o preço suba", explica.

No caso do leite a alta foi de 11,33%, e os preços também estão aumentando desde abril. Nesses dois meses o preço já subiu 15,73%. A estiagem, que prejudica as pastagens, é um dos fatores para a alta. "É necessário que o produtor compense a alimentação do gado com rações, e isso encarece o produto final", diz Silva. Outro fator foi a mudança de metodologia de pesquisa do Dieese, que passou a incluir também o preço do leite longa vida. Até então o levantamento só considerava o tipo C. "Mas esse é um aumento real. A mudança não afetaria tanto no resultado da pesquisa", completa o economista.

Os produtos que apresentaram queda nos preços foram o Feijão (-8,45), a Farinha de Trigo (-4,19), o Arroz (-2,25) e o Açúcar (-2,01). "A maior queda foi do feijão, em razão de uma safra muito melhor do que do ano passado. Em 2008 houve uma grande aumento no preço em razão de uma produção ruim. O preço do produto vem caindo desde fevereiro e no acumulado já chega a cerca de 45%", explica Silva. O preço do feijão também caiu em 16 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese.

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