Curitiba – Pelo terceiro mês consecutivo, a cesta básica do consumidor registrou deflação na capital paranaense. Em agosto, a queda foi de 4,03%, totalizando variação negativa de 11,6% nos últimos três meses. Dos 13 produtos que compõem a cesta básica, somente três tiveram elevação de preços. A maior queda foi verificada na batata, enquanto que o arroz teve a maior alta, segundo pesquisa divulgada ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese).

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A queda generalizada de preços dos produtos da cesta básica não ocorreu apenas em Curitiba, mas nas 16 capitais brasileiras pesquisadas pelo Dieese. A maior deflação foi registrada no Recife com -6,37% e a menor, em Salvador, com -0,49%. Curitiba teve a sexta maior queda.

A queda de 17,43% no preço da batata, em Curitiba, no mês passado, foi atribuída pelo economista do Dieese, Sandro Silva, ao atraso da safra, cujo pico de colheita foi transferido para julho e agosto, o que fez aumentar a oferta nesse período. Também houve maior oferta de batata por parte dos mercados de São Paulo e Minas Gerais. O preço médio do quilo do produto em agosto foi de R$ 0,90, depois de ter chegado a R$ 2,17 em maio. Nos últimos três meses, o valor do quilo da batata teve redução de 58,5%. Os preços do produto caíram em todas as capitais pesquisadas pelo Dieese.

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A segunda maior redução de preço entre os produtos da cesta básica ficou com o tomate, que caiu 11,3%. A queda ocorreu em função da boa safra de risco de outros estados, que foi ajudada pelo inverno ameno. De acordo com Silva, como os preços do tomate ainda estão em níveis elevados – R$ 1,57 o quilo –, há espaço para novas quedas. Das 16 capitais pesquisas, o tomate teve redução em 15.

O quilo da banana caiu 9,35%, em agosto, na capital, diante do excesso de oferta, devido à diminuição das exportações e do menor envio do produto de Santa Catarina para o Nordeste, que está em pleno período de safra.

Em agosto, a cesta básica em Curitiba teve um custo de R$ 156,64, ou R$ 5,22 ao dia. Segundo Sandro Silva, com o aumento do salário mínimo e a queda da cesta básica, o trabalhador está comprometendo 56,54% do seu vencimento básico com alimentação. Em agosto do ano passado, o porcentual de comprometimento era de 71,61%.