O preço da cesta básica subiu nas 16 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) em novembro. As maiores elevações ocorreram em Belo Horizonte (9,32%), Vitória (8,28%) e Salvador (8,20%). Já os menores aumentos foram apurados em Fortaleza (0 30%) e Belém (2,40%).
Em Curitiba, a cesta básica subiu 4,87% em relação a outubro e acumula alta de 10,7% no ano. Foi a décima maior variação entre as capitais e se deve aos aumentos de preços da batata (64,71%) e o tomate (35,03%). O impacto dos dois produtos foi tão grande que, se seus preços tivessem ficado estáveis, a cesta teria ficado 0,54% mais barata em novembro, segundo os cálculos do economista Sandro Silva, do Dieese-PR.
O forte aumento da batata e do tomate é atribuído ao período de entressafra dos dois produtos no Paraná. "Os comerciantes paranaenses são obrigados a comprar a batata e o tomate de outros estados. Como os estados produtores passaram por problemas climáticos, com redução da produção e demanda crescente, os preços foram jogados para cima", explica Silva.
Só em dois meses, o preço da batata subiu 70,7%. Já o tomate foi ajustado em 99,17% entre os meses de janeiro e novembro. Também tiveram seus preços elevados o açúcar, café, manteiga, leite e óleo de soja. Houve redução dos preços da banana, arroz, pão, feijão e carne bovina.
O custo da cesta básica para um trabalhador curitibano foi de R$ 172,59, em novembro, representando um custo diário de R$ 5,75. Para uma família de Curitiba composta de um casal e dois filhos, o Dieese estimou o valor dos 13 produtos básicos em R$ 517,77, sendo necessários 1,73 salários mínimos somente para adquirir a alimentação essencial.
Surpresa
O que surpreendeu o Dieese na pesquisa de novembro foi o comportamento da carne bovina. De acordo com Silva, esperava-se uma queda maior dos preços no varejo, já que desde a última semana de outubro o atacado vem reduzindo os preços.
Em dezembro, a variação da cesta básica continuará vinculada aos preços do tomate e da batata, que deverão se estabilizar com o início da safra no Paraná, informa o economista do Dieese. Quanto à carne bovina, historicamente os preços do produto são reajustados no fim do ano diante do aumento da demanda, o que poderá se repetir também em 2005.
São Paulo voltou a ser a cidade que apresentou o maior custo para a compra da cesta básica: R$ 184,67. Em Porto Alegre, a cesta custou R$ 178,59 e, no Rio de Janeiro, R$ 176,31. Os menores valores foram apurados em Fortaleza (R$ 130,31) e Salvador (R$ 134,59). Em relação a São Paulo, o preço dos gêneros alimentícios essenciais registrou alta pelo segundo mês consecutivo, com o aumento de 5,66%, quase R$ 10,00 a mais do que o apurado em outubro (R$ 174,77).
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