O preço da gasolina nas bombas poderá subir entre 1% e 2% devido à redução do álcool em sua mistura, de 25% para 20%. A estimativa é do ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau. Ao ser perguntado se haveria impacto no preço da gasolina na bomba, para o consumidor o ministro afirmou:
- A gasolina não aumentará, o que aumentará é a mistura final, que pode ter um reflexo na proporção direta de 25% para 20%. Em alguns estados é indiferente, por causa da tributação do ICMS, (o aumento) é alguma coisa em torno de 1% a 2%, dependendo do caso - disse.
O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro) fez duras críticas à redução da adição de álcool à gasolina. O presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis), Gil Siufo, no entanto, aprova a decisão.
Uma das medidas avaliadas para reduzir este impacto seria a alteração na cobrança da CIDE (Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico), de R$ 0,29 sobre cada litro de gasolina. O receio do governo, no entanto, é ter uma queda expressiva de sua arrecadação.
O ministro disse ainda que o governo vai incluir o álcool na lista de exceção da Tarifa Externa Comum (TEC). Desta forma, o imposto de importação do produto baixará de 20% para zero. Analistas, no entanto, não consideram a medida eficaz.
Como o Brasil é o maior produtor de álcool do mundo, poderá ter dificuldades em conseguir um ingresso substantivo de álcool no país, capaz de neutralizar o aumento do preço da gasolina.
Segundo o ministério da Agricultura, a redução da mistura de álcool na gasolina deverá acontecer até o fim desta semana, possivelmente na quinta-feira. A medida é uma resposta ao comportamento dos usineiros, que não estão cumprindo um acordo firmado em janeiro último, que fixou em R$ 1,05 o preço do litro do álcool no atacado.
Segundo o ministério, o Brasil destina 500 milhões de litros/mês de álcool anidro para adicionar à gasolina tipo C. Com a redução da mistura, haverá uma queda de aproximadamente 100 milhões de litros por mês no consumo nacional.
Por sua vez, a União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Única), que reúne quase 100% da produção de açúcar e álcool do estado de São Paulo e 65% da produção nacional de cana, decidiu antecipar a safra e disse que não tem como controlar os preços.
A entidade disse também não estar preocupada com a redução da mistura do álcool na gasolina, lembrando que isto já está determinado na legislação.