A proximidade do verão no Hemisfério Norte eliminou a diferença de preços entre a gasolina brasileira e a negociada nos Estados Unidos, usada como parâmetro para a política de preços da Petrobras. Segundo cálculos feitos por analistas a pedido do Estado, a defasagem, que já chegou a 60% este ano, não existe mais, o que reduz a pressão por redução nos preços internos.
Na quinta-feira (28), a gasolina americana era negociada por US$ 1,8716 o galão, o equivalente a R$ 0,9866 por litro, diz executivo de uma empresa especializada em trading de combustíveis. Somando o custo de trazer o produto ao País, o preço chega a R$ 1,05 por litro - R$ 0,04, ou 3,66%, menos que o valor de venda das refinarias da Petrobras, de R$ 1,09 por litro.
Em fevereiro, quando o petróleo rondou a casa dos US$ 40 por barril, a gasolina brasileira chegou a ficar 60% mais cara que a dos EUA, já que a Petrobrás não repassou a queda do preço do petróleo após o agravamento da crise. Na época, houve grande pressão para que a estatal reduzisse os preços internos, mas a companhia alegou que era cedo para dizer que o mercado internacional havia atingido novo nível.
Nas últimas semanas, o petróleo disparou para acima dos US$ 65 por barril. O movimento é sazonal e acompanha a expectativa de maior demanda por gasolina no verão americano, em um período conhecido como "driving season" - temporada em que as viagens de carro se intensificam. Segundo analistas, o ritmo de alta do preço da gasolina é ainda maior do que o das cotações do petróleo.
O mercado não espera, portanto, nenhuma alteração no preço da gasolina no curto prazo. Já o preço do diesel continua com grande defasagem em relação ao mercado internacional, uma vez que não é afetado pela "driving season". Pelo contrário, as cotações do produto costumam subir perto do fim do inverno, uma vez que se trata do principal combustível utilizado para calefação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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