O desempenho do mercado imobiliário está surpreendendo este ano. Pelo segundo mês consecutivo, o preço do metro quadrado dos imóveis prontos, a maioria usados e anunciados na internet, subiu, em média, 1,3% em novembro em 16 cidades, segundo o Índice FipeZap. Em 12 meses até novembro, os preços aumentaram 13,8%. Descontada a inflação esperada de 5,9% para o período, segundo o Boletim Focus do Banco Central, o aumento real foi de 7,9%.
"O ano de 2013 está sendo um bom ano para o mercado imobiliário" afirma o coordenador do indicador, Eduardo Zylberstajn. O economista diz que a sua expectativa inicial era de enfraquecimento dos preços e das vendas de imóveis. Isso porque ele achava que o desempenho do mercado de trabalho, o fator que mais pesa na compra de um imóvel ao lado da oferta de crédito, perdesse fôlego. Mas não foi isso que aconteceu.
A taxa de desemprego da cidade do Rio de Janeiro, que tem o metro quadrado mais caro do País (R$ 9.812), registrou em outubro o menor índice entre as seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE: 4,6%, enquanto a taxa média nacional foi de 5,2%. Zylberstajn pondera que a situação hoje dos preços dos imóveis é diferente do "boom" ocorrido em 2010 e 2011, quando o metro quadrado subia mais de 2,5% a cada mês. Mas ele ressalta que os últimos meses tiveram variações mensais significativas, na casa de 1%.
Líder
Em novembro, Florianópolis liderou o ranking das maiores altas de preços, com elevação de 2,3%. Em termos absolutos, o valor médio do metro quadrado do imóvel pronto estava em R$ 5.080. Na vice-liderança das cidades com maiores altas está Belo Horizonte (2,2%), seguida por Curitiba e Vitória (2,1%) e Fortaleza (1 9%). Em São Paulo e no Rio de Janeiro, os mercados mais importantes do País, as variações foram de 1,3% e 1,2%, respectivamente.
Em nenhuma das 16 cidades pesquisadas os preços caíram de outubro para novembro. As menores variações mensais foram registradas em Salvador (0,1%), São Bernardo do Campo (0,7%) e Brasília (0,8%).
Além do vigor do mercado de trabalho, Zylberstajn acha que os preços continuam em alta porque a oferta de novos imóveis não acompanhou o ritmo da demanda, impulsionada pela maior disponibilidade de crédito por parte dos bancos.
Para o ano que vem, o economista diz que o desempenho do mercado imobiliário e dos preços ainda são uma incógnita. "O ano 2014 é eleitoral e, por isso, será atípico", observa. Mesmo assim, o coordenador do Índice FipeZap avalia que a formação de novas famílias que vão adquirir um imóvel pela primeira vez deve continuar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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