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Mercado imobiliário

Preço de imóvel novo sobe 39% em 2 anos e passa de R$ 600 mil

A região central de Curitiba foi responsável pela maior parte dos alvarás liberados em 2011 | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
A região central de Curitiba foi responsável pela maior parte dos alvarás liberados em 2011 (Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo)

Em dois anos, o preço médio dos apartamentos novos em Curitiba cresceu 39% e chegou a R$ 607.680. Olhando mais longe, do início da década para cá, o número de alvarás liberados para novas construções na capital paranaense triplicou e a quantidade de lançamentos imobiliários aumentou em seis vezes.

Mas essa expansão pode estar chegando ao limite. Com um estoque de ofertas nunca antes registrado – são 9 mil apartamentos disponíveis, 44% deles colocados à venda em 2011 –, o setor caminha para um período de estabilidade de preços e volume de empreendimentos, além de um cenário de alta competitividade.

Os dados são da pesquisa Perfil Imobiliário 2011, elaborada pela Brain Bureau de Inte­­ligência Corporativa, consultoria especializada no setor, com exclusividade para a Associação dos Dirigentes do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR) e para a Gazeta do Povo.

A estimativa dos analistas é de que a estabilidade deve chegar para valer dentro de seis meses a dois anos. No ano que vem, os preços devem ter um ritmo mais lento de valorização (entre 8% e 14%), assim como o número de obras – a expectativa é de que sejam liberados entre 22 mil e 26 mil alvarás, após picos de 31.295 em 2010 e cerca de 28 mil neste ano. "Uma crise mais séria em 2012 pode afetar o Brasil, mesmo o país estando mais preparado que em 2008 para enfrentá-la. O mercado pode perder o dinamismo, mas não vai parar, mesmo porque trabalhamos com uma média de crescimento da economia brasileira em torno de 3,5% a 4%", avalia o economista Fábio Tadeu Araújo, sócio da Brain.

Embora os valores médios de Curitiba ainda estejam abaixo dos vistos em grandes capitais como São Paulo e Rio de Janeiro, já encostaram nos de cidades de tamanho e perfil demográfico semelhantes – ou mesmo ultrapassaram, como no caso de Porto Alegre. Em outubro, segundo o Perfil Imobiliário 2011, o metro quadrado privativo de Curitiba estava em R$ 4.744. No mesmo mês, o valor médio em Porto Alegre estava em R$ 4.501 e, em São Paulo, em R$ 6.019, segundo pesquisa da Ibope Inteligência.

Há muito Curitiba deixou de ser o patinho feio do mercado imobiliário brasileiro, observa Araújo. "Os preços agora estão condizentes com o equilíbrio de mercado, porque o ciclo de demanda reprimida está se esgotando. A demanda está sendo saciada pelos imóveis que começaram a ser construídos em 2009 e 2010 e estão sendo entregues agora."

Desencontro

Imóveis de até R$ 200 mil, que eram tendência em 2009, agora têm menor participação (são 22% dos 9 mil apartamentos em estoque), perdendo para as unidades de padrão standard – imóveis que, no jargão do mercado, custam de R$ 250 mil a R$ 400 mil. Ao mesmo tempo, a maior parte dos fi­­nan­­ciamentos da Caixa Econônica Federal na capital paranaense tem saído para famílias com renda de seis salários mínimos (R$ 3.270) ou mais. É quase o dobro rendimento médio do trabalhador da cidade, que está na faixa de R$ 1,7 mil.

Indústria de materiais cresceráno máximo 3%

A indústria de materiais de construção não avança no mesmo ritmo do mercado imobiliário. De janeiro a novembro, o setor cresceu apenas 2,5% em relação a 2010. "Nosso crescimento ficou bem abaixo da estimativa inicial de 9% e devemos fechar o ano com crescimento de 3%, no máximo. Nossa preocupação agora é com o próximo ano, por isso estamos pleiteando junto ao governo ações efetivas para garantir o crescimento do setor", disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Walter Cover, em nota. Segundo ele, o baixo desempenho do setor em 2011, está relacionado à desaceleração das obras dos programas de governo (PAC e Minha Casa, Minha Vida), à restrição do crédito e ao crescimento das importações.

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