Depois de alguns meses com preços praticamente estáveis, a energia elétrica comercializada no mercado livre para entrega em agosto sofreu uma alta de 33,13%, informou a comercializadora de energia Brix, que tem entre seus sócios o empresário Eike Batista. O preço subiu para para R$ 175,38 por megawatt-hora, ainda bem abaixo do recorde de R$ 413 o MWh registrado em janeiro deste ano.
Segundo a Brix, a alta reflete o intervalo registrado pelas chuvas no mês passado e o acionamento de mais térmicas por conta do apagão no Nordeste, no final de agosto.
O preço também inclui mudanças feitas no PLD (Preço de Liquidação da Diferença), indicador semanal que baliza os preços do mercado livre. O indicador passou a incorporar em agosto o custo das usinas térmicas acionadas durante todo o ano, e não mais pela ordem de mérito (do menor para o maior preço) como era antes. "O modelo mudou e mostra uma tendência interessante, porque agora o despacho termelétrico está dentro do preço", avalia o coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro, professor Nivalde de Castro.
Apesar de corresponder a apenas 25% do mercado, e destinado a suprir as distribuidoras que precisam de energia além dos seus contratos de longo prazo (mercado cativo), o mercado livre indica uma tendência do preço da energia, mas não chega a impactar fortemente a inflação, explica do professor. "O que impacta a inflação é o mercado cativo. Esse preço ia ser bem maior por causa do despacho das térmicas, mas com as medidas do governo, não subiu tanto", disse Castro.
As usinas térmicas serão mantidas este ano em operação para compensar o baixo nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas. Para evitar uma alta exagerada dos preços da energia ao consumidor, e manter a meta de inflação do ano (4,5%, com 2 pontos percentuais de tolerância), o governo renovou concessões de usinas hidrelétricas que já estavam com seus investimentos amortizados. Com isso, os preços das tarifas caíram.Com a pior seca dos últimos 50 anos, a região Nordeste foi a mais prejudicada.
Os reservatórios das hidrelétricas da região continuam sendo os mais baixos, com apenas 33,66% de preenchimento de água segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema) na medição se anteontem. No subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o nível era de 51,29% na segunda-feira. No Sul, o nível era de 82,84%, e no Norte, de 62,35%.
Bons Sinais
De acordo com a meteorologista do Climatempo Patrícia Madeira, a pouca oferta de chuva está com os dias contados. As perspectivas a partir de agora são de mais chuvas do que em setembro do ano passado, e para o último trimestre do ano a previsão também é favorável para as contas de luz do consumidor. "Este ano é completamente diferente do ano passado. A chuva está localizada onde precisa cair, nas bacias do Grande e do Paranaíba, que são as mais importantes e que tem maior peso no Sudeste", informou.
"De hoje para amanhã teve bastante chuva no rio Tietê, e hoje também no rio Grande e no rio Paranaíba, depois vai diminuir um pouco, mas para comparação, ano passado não choveu nada nessa época", explicou.
Para novembro, quando começa o período de chuvas, a perspectiva também é bem melhor do que a de 2012. "Não dá para dizer que os reservatórios estarão vertendo (transbordando água) em março, o que seria o ideal, mas vão estar bem cheios, muito mais do que em março de 2013", disse Patrícia.
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