| Foto: Antônio Costa/Agência de Notícias Gazeta do Povo

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Redução, aumento ou estabilização?

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O preço do metro quadrado dos imóveis usados de Cu­ritiba subiu 14,8% nos últimos doze meses, quase o triplo da inflação oficial do mesmo período, segundo dados do Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Con­dominial (Inpespar). A al­ta, segundo especialistas, é resultado da disponibilidade de crédito em um ambiente em que a demanda reprimida por habitação continua grande, apesar das vendas crescentes dos últimos anos.

Estimativas da Câmara Bra­sileira da Indústria da Construção (CBIC) apontam que Curitiba e região possuem atualmente 50 mil famílias em busca da casa própria – é o que os economistas e urbanistas costumam chamar de déficit habitacional. Ainda que não se reflita em vendas de fato, o desejo de compra pressiona os valores dos usados. "A percepção das imobiliárias de que o mercado pode se aquecer a qualquer momento faz com que o preço se mantenha em alta", explica o professor Lucas Dezordi, coordenador de Economia da Universidade Positivo.

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Esse aquecimento, entretanto, está demorando. Os dados do Inpespar mostram que está mais difícil vender uma casa ou apartamento hoje do que era há 12 meses. O Índice de Vendas dos Usados Sobre a Oferta (Vuso) mostra uma queda de três pontos porcentuais no período. Em agosto de 2011, de cada 100 imóveis usados postos à venda, 7,2 foram vendidos no mês (Vuso de 7,2%). Em agosto deste ano, o índice era de 4,2%.

Mesmo com esse recuo no número relativo de vendas, os preços se sustentaram porque o crédito imobiliário garantiu o fechamento de um número crescente de negócios. "Os preços sofrem fortes reduções quando o financiamento seca. Mas os financiamentos aumentaram 24% e, mesmo que a oferta tenha crescido, não foi o suficiente para reduzir o preço. Como ainda há crédito, há possibilidade de a demanda voltar a crescer", afirma Dezordi.

Fazer o preço

A comparação com os novos e o perfil das unidades contribuiu para o aumento do usado. "As pessoas que querem vender buscam os valores dos novos para saber qual preço colocar. Acredito que o preço tenha subido por conta desta comparação", aponta o presidente do Inpespar, Luiz Fernando Gottschild.

O consultor Marcos Kah­talian, sócio da Brain Bureau de Inteligência Corporativa, observa que a dificuldade em estabelecer o preço do usado elevou a cotação do metro quadrado. "Em muitos casos o preço do usado se aproxima do novo e isso gera um volume menor de vendas dos usados, porque, em tese, eles deveriam ser mais baratos. Não foi a demanda que pressionou o aumento, mas a dificuldade em colocar um preço adequado ao usado", diz. Segundo dados de julho deste ano da Associação dos Dirigentes do Mercado Imobiliário (Ademi-PR), o preço médio do metro quadrado para residenciais novos em Curitiba é R$ 2.942, considerando a área total. Valor 10% mais alto em comparação aos usados no mesmo mês.

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Outro fator de influência é o perfil das unidades. "Se há mil apartamentos à venda em Curitiba e um for uma cobertura decorada, com mil metros quadrados no Ecoville, este imóvel sozinho fará com que o preço médio do metro quadrado suba. Se no mês seguinte for a mesma quantidade de imóveis, mas menores, com acabamento modesto, eles puxarão a média para baixo", exemplifica Daniel Poit, professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.