O preço do etanol nas bombas de combustível começou a recuar em Curitiba, mas abastecer com gasolina ainda compensa mais para o consumidor. Conforme levantamento informal feito ontem pela Gazeta do Povo, o valor médio do litro de álcool anidro teve queda de R$ 0,27 em menos de um mês, indo de R$ 2,29, em 16 de abril, para R$ 2,02 ontem. Com isso, o preço do álcool equivale a 73% do valor cobrado pela gasolina. Para que o motorista tenha vantagem na compra do combustível de etanol é necessário que o preço esteja abaixo de 70% do litro da gasolina que teve aumento de R$ 0,01 no mesmo período, subindo de R$ 2,75 para R$ 2,76.
A redução do preço do álcool anidro coincide com a declaração feita ontem pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, de que haveria queda no preço dos combustíveis para o consumidor ainda nesta semana. Em cerimônia realizada na Câmara dos Deputados, Lobão reafirmou, como anunciado na semana passada, a maior interferência do governo federal na produção de etanol no país. Segundo o ministro, a Petrobras, que é responsável por 5% da fabricação do combustível, deverá responder por 15% do álcool brasileiro em até quatro anos.
Lobão afirmou ainda que a existência de cartéis de postos de gasolina é uma das razões para a sucessiva alta dos preços nas bombas. Ele lembrou que há nove anos o combustível sai das refinarias com o mesmo preço e que o reajuste ocorre nos postos e distribuidoras. O ministro afirmou também que, para evitar o problema, o governo tomará atitudes mais severas contra os cartéis, como multas e até o fechamento dos estabelecimentos.
Tanto o etanol quanto a gasolina tiveram alta nas últimas semanas, devido à instabilidade do mercado internacional e à menor oferta do etanol, em razão do período de entressafra da cana-de-açúcar. Com o início da moagem de cana, porém, o preço do álcool começa a registrar queda. A previsão da Associação de Produtos de Bioenergia do Estado do Paraná (Alcopar) é de que a produção chegue a 1,71 bilhão de litros neste ano, 110 milhões de litros a mais que na safra anterior.
Colaborou Breno Baldrati
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