O preço do etanol hidratado subiu quase 5% nas usinas do estado de São Paulo na semana passada, uma alta ainda maior do que a implementada para a gasolina na última sexta-feira nas refinarias da Petrobras, de 3%.
"Depois de apresentar variações negativas, ainda que ligeiras, por duas semanas seguidas, o preço do etanol hidratado subiu com força entre 3 e 7 de novembro, no mercado paulista, impulsionado, em parte, pelo anúncio do reajuste da gasolina", afirmou em análise nesta segunda-feira o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
No final da semana passada, a Petrobras anunciou um reajuste de médio de 3% nos preços da gasolina, combustível concorrente do etanol hidratado no mercado brasileiro, por conta dos carros flex. A estatal também reajustou o diesel em 5% nas refinarias.
O Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado teve média de R$ 1,1853/litro (sem impostos) na semana passada, alta de 4,8% em relação à anterior.
Para o etanol anidro (misturado à gasolina), a média do Indicador CEPEA/ESALQ permaneceu praticamente estável no mesmo comparativo, a R$ 1,2856/litro (PIS/Cofins zerados).
Estratégia
Distribuidoras elevaram as compras no mercado à vista, principalmente de hidratado, na expectativa de melhora nas vendas do biocombustível com o reajuste da gasolina, disse o Cepea.
Do lado das usinas, o volume ofertado se manteve restrito, o que contribuiu para as altas de preços.
"Além do encerramento antecipado da moagem da safra 2014/15 da região Centro-Sul, unidades se retraíram, apostando em novos reajustes", afirmou o Cepea, ponderando que as chuvas na última semana também prejudicaram a colheita e limitaram a oferta.
Relação
Nos postos, a relação entre o etanol e a gasolina segue favorável ao biocombustível nos estados de São Paulo, Goiás, Mato Grosso e no Paraná, disse o Cepea citando informações da ANP, o órgão regulador do setor de combustíveis no Brasil.
Para motoristas de carros flex, não compensa abastecer com o etanol se o biocombustível custar na bomba mais de 70% do valor da gasolina.
Na semana passada, a presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Elizabeth Farina, afirmou à Reuters que o reajuste da gasolina da Petrobras, com impacto ainda menor na bomba, foi muito pequeno para beneficiar as vendas de etanol.
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