A queda do preço do tomate no atacado já é sentida no bolso do consumidor. Ao menos na capital paulista. Maior vilão da inflação deste ano, o valor médio da fruta, que chegou a subir mais de 30%, passou a cair no varejo. De acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que mede a inflação na cidade de São Paulo, o preço do tomate teve retração de 7,24% na primeira quadrissemana de maio, após elevação de 8,01% no fechamento do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de abril. O indicador, por sua vez, registrou taxa de inflação de 0,31% na primeira leitura deste mês.
No IPC-Fipe, o tomate saiu da lista das principais altas e passou para o grupo das quedas mais representativas, contou o coordenador do indicador, Rafael Costa Lima. "Na ponta (pesquisas semanais) a queda é de 27%. O preço do tomate está realmente se reequilibrando", disse.
A redução no valor médio do tomate permitiu uma deflação de 0 87% nos legumes e, consequentemente, levou a uma menor variação dos produtos in natura na primeira quadrissemana de maio, para 1 83%, ante 3,36% do final de abril, segundo a Fipe. "A principal mudança (no grupo Alimentação) foi observada nos legumes (de alta de 6,08% para queda de 0,87%). Isso é (efeito) do 'nosso amigo' tomate, mas os in natura não pararam de pressionar por completo a inflação e os semielaborados estão perdendo o ímpeto da queda", avaliou, dando como exemplo as altas da batata (11 09%) e do feijão (8,09%).
O grupo Alimentação, que subiu 0,15% na primeira leitura do mês, contou com a elevação dos industrializados (0,12%) e recuo nos semielaborados (1,29%). Neste último, o economista destacou a queda menos intensa das carnes bovinas, que passaram de declínio de 3,80% para baixa de 2,48%. "Em 12 meses até abril, a alta é de apenas 0,18%. Aparentemente, não tem mais espaço para cair", afirmou Costa Lima.
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