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Tendência

Preço menor levou à popularização

São Paulo - Apesar do touchscreen e do seu primo mais rico, o multitouch, não serem tecnologias exatamente novas, não há nada mais "cool" em termos de interface tecnológica neste momento – ao menos é essa a impressão que os fabricantes de eletrônicos querem passar. A lista de lançamentos com tela sensível ao toque parece não ter fim e abrange toda sorte de aparelhos, nada escapa. Mas afinal o que está por trás da ascensão meteórica de aparelhos touchscreen nos últimos anos?

Em janeiro de 2007, o iPhone, com sua surpreendente tela multitouch, foi mostrado pela primeira vez e, nos meses seguintes, protagonizou um fenômeno de marketing espontâneo sem igual, conquistando espaço sem precedentes no imaginário das pessoas. De repente, uma velha invenção – em uma belíssima e moderna roupagem, é verdade – havia se tornado algo, digamos, mágico. Quando ele finalmente chegou as prateleiras, seis meses depois, consumidores mais entusiasmados acampavam diante das lojas.

"A revolução representada pelo iPhone é comparável à do surgimento do mouse. O multitouch facilita muito a interação das pessoas com a máquina", afirmou – sem modéstia – Fábio Ribeiro, porta-voz da Apple no Brasil. O fascínio despertado pelo celular da maçã explica, em parte, o "boom" de produtos com telas sensíveis ao toque. Infelizmente a interface de diversos desses aparelhos costuma deixar muito a desejar e nem de longe lembra o gadget criado pela empresa de Steve Jobs.

A Palm, que prepara o lançamento do mais forte concorrente ao iPhone até hoje, o Palm Pre, também acredita que a tecnologia multitoque é uma revolução. "O touch é o melhor jeito de interagir sem sombra de dúvida. No futuro ninguém vai saber como era teclado e mouse", afirmou Marcelo Venga, diretor de marketing da empresa.

Além do sucesso do iPhone, também a queda dos preços de telas sensíveis ao toque explicam a grande oferta de equipamentos do tipo. "O touchscreen é uma tecnologia de pelo menos três décadas, mas sua recente popularidade deve-se ao seu natural barateamento", disse ao Link Don Norman, cofundador da consultoria Nielsen Norman Group e autor do livro Design Emocional (Editora Rocco).

Isso, somado ao fato de que a cada dia estamos rodeados por mais telas, demonstra que a tendência que vemos hoje deve prosseguir. "Esperamos uma significante expansão das interfaces de toque em uma vasta seara de itens nos próximos três a cinco anos", disse ao Link Paul Drzaic, presidente da SID, a maior organização mundial dedicada ao desenvolvimento de telas eletrônicas.

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