Governo vai antecipar leilões de subvenção
A boa notícia trazida pelo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, que esteve ontem em Curitiba, foi a antecipação do cronograma de leilões de subvenção e apoio à comercialização de trigo, que devem ser realizados a partir de agosto deste ano, no momento em que a safra começa a entrar no mercado.
O mecanismo tem sido a principal ferramenta de comercialização do homem do campo nos últimos anos. Só no ciclo 2010/11, o governo interveio no escoamento de 1,7 milhão de toneladas de trigo, pagando um prêmio para que compradores transportassem o produto de regiões produtoras para centros de consumo com baixa oferta do cereal. "A garantia de prêmio deve dar uma segurada nos preços na colheita", estima João Paulo Koslovski, presidente da Ocepar.
Questionado sobre a concentração da comercialização sobre os leilões, o ministro foi enfático. "Estamos inovando. Vamos inovar em política de armazenamento, vamos inovar no que diz respeito ao momento, principalmente dos leilões. Vamos colocar o preço na frente, fazer, com isso, com que o preço se mantenha. E [vamos] ter uma política de seguro agrícola que dê tranquilidade ao produtor brasileiro", disse.
O setor espera agora que as inovações antecipadas pelo Mapa venham com a divulgação do Plano Agrícola e Pecuário da safra 2012/13, que deve ser divulgado oficialmente até junho.
No momento em que as plantadeiras cobriram mais de 40% da área destinada ao trigo de inverno no Paraná, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) anuncia dois estímulos à produção do cereal: aumento de até 5% no preço mínimo do trigo e mais R$ 430 milhões a serem destinados em leilões de apoio à comercialização do produto.
As entidades que representam o setor produtivo do estado e o próprio governo paranaense mostraram-se pouco animados com a primeira notícia. Para o setor, a ampliação do mínimo chegou tarde demais para reverter o quadro de redução da área semeada com o produto neste inverno.
Além disso, mesmo com aumento do mínimo do trigo pão, tipo 1, para R$ 501 por tonelada até ontem era de R$ 477 por tonelada , os custos de produção da lavoura devem continuar empatados ou até negativos. A própria Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) calcula que o custo médio operacional para se produzir trigo no país está em R$ 531 por tonelada, R$ 30 acima do atual mínimo.
"Há dois anos o governo anunciou deságio de 10% no preço mínimo. Nesta safra ele repôs só 5%, teria de repor 14%. É melhor do que nada, mas não é suficiente para cobrir os custos de um trigo bem plantado", avaliou Ivo Arnt Filho, agricultor de Tibagi e presidente da comissão de cereais da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faep). Seguindo o caminho de praticamente todos os produtores do estado, Arnt reduziu em 15% o cultivo do cereal neste inverno.
Mesmo diante das novas medidas, o setor produtivo calcula que a área plantada com trigo no Paraná o estado perdeu a liderança nacional de produção na última safra para o Rio Grande do Sul tende a continuar caindo. "Da forma que estamos sendo tratados nos últimos anos, em que o produtor planta e não tem resultado positivo, não há outra saída a não ser optar por outras culturas", diz Ágide Meneguetti, presidente da Faep.
O presidente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslovski, também confirma que o anúncio não vai influenciar em nada o plantio no Paraná. Porém, se viesse antes, "poderíamos ter um menor porcentual de redução da área do que tivemos". "Estávamos esperando para até o fim de janeiro a política da safra", revelou Kosloviski. Segundo ele, a entidades paranaenses pediram oficialmente ao Mapa que o mínimo fosse de R$ 530 por tonelada, mesmo valor calculado pela Conab para os custos operacionais da lavoura.
Como forma de protestos à baixa liquidez e aos preços do trigo praticados no mercado, os agricultores paranaenses reduziram em 19% o terreno dedicado à cultura neste inverno, que deve 850 mil hectares, contra 1,05 milhão plantado no ano anterior.
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