A Petrobras anunciou, na semana passada, uma nova redução no preço dos combustíveis no vizinho Paraguai. Todos os produtos sofreram reajustes para baixo, inclusive os tipos especiais. Foi a nona vez que a estatal brasileira reduziu o preço dos combustíveis no Paraguai desde julho do ano passado.
O litro da gasolina comum caiu quase 5% do outro lado da fronteira. Convertendo os valores de guarani para real, a queda varia de R$ 0,13 a R$ 0,20. O preço da gasolina agora está entre R$ 2,85 e R$ 2,89. Os valores não são fixos e variam de posto para posto. Podem ficar abaixo desses valores dependendo da região do país. O diesel caiu 4%.
Segundo informou a Petrobras, as reduções são possíveis porque o mercado de distribuição de combustíveis no Paraguai é livre e desregulado. “Ao longo do tempo, as distribuidoras ajustam os preços, para cima ou para baixo, conforme as variações da cotação dos derivados de petróleo no mercado internacional, câmbio do dólar no mercado local, entre outras”, diz a nota. A estatal informou que a queda busca a “renovação gradual do estoque de produtos; e esforço em prol da eficiência operacional dos fornecedores locais de álcool”.
No Brasil
No Brasil, a realidade é completamente diferente. O litro da gasolina custa quase R$ 3 e a tendência no mercado interno é de alta. Não apenas por causa da disparada do dólar, mas porque nos últimos anos a Petrobras não reajustou o preço dos combustíveis por interferência do Ministério da Fazenda, que tentou conter a alta da inflação aplicando o controle de preços. A medida, por ser artificial, prejudicou a geração da caixa da Petrobras. A orientação é recompor a defasagem.
Houve um reajuste em novembro. Para a gasolina, o aumento foi de 4% e para o diesel, 8%. Em janeiro, o governo ainda anunciou a volta da tributação de PIS/Cofins e da Cide sobre os combustíveis. Os tributos estavam zerados desde 2012. Com a medida, houve um acréscimo de R$ 0,22 sobre o preço do litro da gasolina e de R$ 0,15 sobre o litro do diesel.
A expectativa do governo é arrecadar R$ 3,6 bilhões com a Cide e R$ 9,6 bilhões com PIS/Cofins neste ano. O aumento de impostos sobre os combustíveis fez parte do pacote de medidas que têm como objetivo o aumento da arrecadação e o ajuste das contas públicas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.