Os preços das moradias nos Estados Unidos no primeiro trimestre tiveram a maior queda desde o fim de 2008, segundo uma pesquisa do site especializado Zillow.com. O valor das residências caiu 3% em comparação com o quarto trimestre de 2010 e 1,1% em março ante fevereiro, pressionado pela abundância de moradias com hipoteca executada. Março foi o 57º mês de queda seguida nos preços.
No ano passado, o mercado imobiliário dos EUA mostrou sinais de estar melhorando depois que o declínio dos preços se desacelerou em alguns locais e se estabilizou em outros. Em resposta, alguns economistas começaram a prever que o setor de imóveis atingiria o fundo do poço no fim de 2011, quando começaria a se recuperar.
No entanto, aquela melhora havia sido provocada por programas federais de estímulo que davam aos compradores até US$ 8 mil em créditos fiscais. As vendas de residências entraram em colapso com o fim do programa, em meados do ano passado, e os preços em muitos locais vêm caindo desde então.
Embora muitos economistas esperassem que as vendas diminuíssem após o fim do crédito fiscal, a pressão sobre o mercado foi maior do que a prevista. "Nós esperávamos que dezembro e janeiro fossem ruins", disse Stan Humphries, economista-chefe do Zillow. Mas os declínios de fevereiro e março foram "realmente surpreendentes", acrescentou.
Segundo Humphries, as quedas indicam "um reflexo da verdadeira demanda fundamental, que está agora aparente porque a maioria do crédito fiscal está fora do sistema e sendo completamente superada pela oferta". Humphries acredita que os preços não vão atingir o fundo do poço antes de 2012 e prevê declínio de 7% ou 9%.
Em abril, o economista-chefe da Fannie Mae, Doug Duncan, revisou suas estimativas para queda de 5,3% nos preços das residências no segundo trimestre deste ano, em vez do recuo de 2,6% previsto anteriormente. Paul Dales, economista da Capital Economics, afirmou que os preços podem cair até 10%, bem mais que sua estimativa anterior de 5%. E uma pesquisa feita em março com mais de 100 economistas pela MacroMarkets projetou queda de 1,4% neste ano, maior que a previsão de declínio de 0,2% feita em dezembro.