Os preços dos combustíveis dispararam em Curitiba. Nos últimos dias, o litro da gasolina subiu até R$ 0,36 e o álcool, até R$ 0,29, segundo levantamento feito pela Gazeta do Povo com postos de dez bairros da cidade.
Na semana passada, os estabelecimentos consultados cobravam em média R$ 2,624 por litro de gasolina, segundo pesquisa semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O preço médio nesses mesmos postos era de R$ 2,864 nesta terça-feira (22) o que corresponde a uma alta de R$ 0,24, ou 9%.
O litro do etanol, por sua vez, ficou em média R$ 0,19 mais caro, o que corresponde a um aumento de 11%. Em uma semana, passou de R$ 1,772 para R$ 1,959.
Segundo o Sindicombustíveis-PR, que representa os postos, o reajuste reflete o fim de uma guerra de preços entre as distribuidoras de combustíveis.
"Há uns quatro meses, as companhias de petróleo começaram uma briga entre elas, para fazer market share [fatia de mercado]. E jogaram os preços para baixo, inclusive abaixo de custo em algumas situações. Sabíamos que, no momento em que alguma dessas companhias retirasse esse desconto, os preços voltariam ao patamar anterior", diz Roberto Fregonese, presidente do sindicato. "Na época em que as companhias derrubaram os preços, o Sindicombustíveis reportou isso de forma clara à área de defesa do consumidor do Ministério Público, para que não houvesse reclamação quando os preços voltassem ao normal."
Para o empresário, o avanço dos preços do álcool está ligado à proximidade da entressafra de cana-de-açúcar. Os preços nas usinas produtoras têm subido lentamente nos últimos meses. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP), nas últimas quatro semanas a cotação na indústria paulista responsável por mais da metade da produção nacional aumentou 2,4%. Desde o fim de maio, quando os preços na usina atingiram o patamar mais baixo do ano, a alta acumulada é de 7,7%.
Greve
A greve dos petroleiros que afeta a produção e o transporte de derivados de petróleo preocupa o setor, segundo Fregonese. "Os estoques atuais, na refinaria e nas bases das distribuidoras, não causam nenhum susto neste primeiro momento, nesta semana. Mas a greve é algo que nos preocupa. Se ela persistir, pode provocar em algum momento uma corrida aos postos", afirma o presidente do sindicato.