Os preços do petróleo no mundo deverão registrar alta entre 35% e 60%, e do etanol (álcool) de até 150% até o final desta década, segundo foi divulgado, nesta quarta-feira (21), pela Ernst & Young e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). No Brasil a previsão é de que as altas médias sejam menores, alcançando 18,7% e 7% até 2020.
Segundo o coordenador de Projetos da FGV, Fernando Blumenschein, com a tendência de alta, os preços do petróleo poderão passar dos atuais US$ 89 o barril, em média, para US$ 134 em 2020. Já os preços do etanol devem passar da média atual de US$ 147 o barril equivalente para até US$ 374 em 2020. Isso significaria passar dos preços atuais do etanol em média de R$ 1,00 por litro, para R$ 2,69 o litro em 2020.
O aumento de preços devido ao descompasso entre o crescimento da demanda e a incorporação de novas reservas, vai limitar o crescimento econômico mundial até 2020. O estudo apontou que a economia mundial vai deixar de crescer 0,52 ponto percentual ao ano por conta do aumento dos preços do petróleo e do etanol.
Segundo o executivo, a tendência de elevação dos preços tanto do petróleo como do etanol se deve a diversos fatores conjugados. A demanda não deverá crescer muito até o fim desta década, já que, ao mesmo tempo em que haverá um aumento no consumo dos países em desenvolvimento como o Brasil, China, India, e África, haverá também uma queda na demanda dos países ricos na Europa e Estados Unidos.
O estudo prevê um custo cada vez maior na produção do petróleo seja no pré-sal no Brasil, seja em outras regiões com conflitos políticos como no Oriente Médio. "A época do petróleo barato acabou", afirmou Blumenschein.
O executivo estima que a oferta de etanol no Brasil não deverá crescer muito, mas a demanda vai continuar crescente. Já sobre o gás natural, o estudo estima que o Brasil até 2020 se tornará autosuficente e até exportador do produto.