A greve parcial no IBGE interrompeu, pelo segundo mês consecutivo, a divulgação do resultado completo da pesquisa mensal de emprego. A paralisação comprometeu o cálculo da taxa média de desemprego de junho, feito com resultados das seis maiores regiões metropolitanas do país, após atraso na coleta dos dados de Salvador e Porto Alegre. Não houve, segundo o IBGE, tempo hábil para a análise dos dados.
Sem a média, a principal referência é São Paulo, onde a taxa ficou estável em 5,1% no mês passado, a menor para um mês de junho desde que a pesquisa começou a ser feita pelo instituto, em 2002.
O bom resultado ainda é fruto de um aumento do contingente de pessoas que não buscam emprego porque não têm interesse em trabalhar, uma vez que permanece baixa a geração de vagas. "Há redução da procura por emprego. Assim, há menos pessoas fazendo pressão sobre o mercado de trabalho", afirmou a a técnica Adriana Beringuy, da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE. Segundo Adriana, uma das hipóteses para explicar o aumento dos inativos passa pelo aumento da renda, que permite às pessoas mais jovens buscarem formação, retardando sua entrada no mercado de trabalho.
O banco de investimentos Credit Suisse calcula que a taxa de desemprego ficou em 4,6% para as quatro regiões divulgadas, enquanto a LCA Consultores estima 4,5%. A consultoria Tendências, que incluiu na conta estimativas para as duas regiões afetadas pela greve, chegou a uma taxa de desocupação média de 4,8% em junho.
Sem prazo
Segundo o IBGE, não há previsão de quando os resultados completos da PME serão anunciados. O atraso nas regiões de Salvador e Porto Alegre se dá nas fases de supervisão e controle das informações coletadas, importantes para garantir um retrato fidedigno do mercado de trabalho.