A maior operadora de telefonia celular do país, Vivo, anunciou na quinta-feira alta de 63,9% no prejuízo do terceiro trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado, para R$ 196,9 milhões. O resultado foi afetado por expressiva alta em custos de serviços prestados e redução na base de clientes pós-pagos, resultado de ''acirrada concorrência'', segundo informou a empresa.
Na comparação com o segundo trimestre, quando o prejuízo da companhia somou R$ 493,1 milhões, entretanto, o resultado da empresa apresentou melhora de 60,1%.
A companhia, controlada pelos grupos Portugal Telecom e Telefónica, teve no trimestre encerrado em setembro geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 715,6 milhões, queda de 10,2% ante o valor obtido um ano antes. A margem ficou 3 pontos menor, em 25,3%.
Os custos com serviços prestados dispararam 78,7% na comparação anual, para R$ 664,3 milhões, influenciados significativamente pela mudança no regime de cobrança de interconexão de redes definido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Do total de custos com serviços prestados, R$ 322,5 milhões são relativos à interconexão, que no terceiro trimestre do ano passado foram de R$ 59,3 milhões.
O aumento dos custos da telefonia móvel também pesou no resultado do grupo Telemar, divulgado nessa quinta-feira. O grupo, que controla as empresas Oi, de telefonia celular, a Telemar, de telefonia fixa, e a Velox, serviço de acesso à internet em banda larga, teve queda de 1,4% nos lucros do terceiro trimestre. Isoladamente, a Oi registrou prejuízo de R$ 45 milhões de julho a setembro e acumula perdas de R$ 72,7 milhões nos nove primeiros meses do ano.
A empresa encerrou o terceiro trimestre com 28,726 milhões de clientes, dos quais 5,244 milhões eram pós-pagos, mais lucrativos que os usuários de serviços pré-pagos. A base total caiu 0,4% em relação ao terceiro trimestre de 2005, mas avançou 0,7% ante o número de clientes registrados no segundo trimestre.
Essa base de clientes pós-pagos apresentou redução de 7,2% na comparação com o terceiro trimestre de 2005, e ligeira queda de 0,5% ante o período de abril a junho deste ano.
A operadora, que vem perdendo participação de mercado nos últimos trimestres enquanto as concorrentes TIM, Claro e Oi apresentam crescimento, teve receita líquida de R$ 2,825 bilhões, melhora de 0,5% na comparação com o terceiro trimestre de 2005 e avanço de 8,7% ante o período de abril a junho deste ano.
Os investimentos da Vivo no terceiro trimestre somaram R$ 444,8 milhões. Os recursos foram destinados ''principalmente ao avanço na consolidação e racionalização dos sistemas de informações, especialmente em sistemas de gestão, manutenção da qualidade e expansão da cobertura, além de tecnologia para o atendimento do segmento corporativo'', informou a Vivo, acrescentando que os gastos para a implantação de rede GSM "seguem dentro do estabelecido''.
