A operação brasileira do HSBC registrou um prejuízo de R$ 753 milhões no ano passado. As perdas foram 37% maiores do que os R$ 549 milhões de 2014.
O aumento do prejuízo do conglomerado financeiro ocorre em um momento em que o banco espera a autorização das agências governamentais para ser absorvido pelo Bradesco, que fez uma oferta de US$ 5,2 bilhões em agosto do ano passado para ficar com o HSBC.
No ano passado, a receita do HSBC no Brasil cresceu 23%, chegando a R$ 21,3 bilhões. Um dos destaques foi a elevação da receita de operações com títulos e valores mobiliários, que passou de R$ 4,4 bilhões para R$ 6,6 bilhões – elevação que reflete uma maior rentabilidade proporcionada pelos juros mais altos no país.
Ao mesmo tempo, o banco viu saltarem seus custos com a intermediação financeira. A elevação foi de 41%, chegando a R$ 18,7 bilhões. Essa alta reflete os custos maiores de captação de recursos no mercado, também efeito dos juros mais elevados.
No ano passado, o HSBC conseguiu reduzir suas despesas operacionais, de R$ 5 bilhões em 2014 para R$ 4,3 bilhões em 2015. Isso não foi suficiente para salvar o banco de mais um prejuízo.
As perdas do HSBC colocam mais pressão também sobre o Bradesco, que esperava ver completada a aquisição ainda no ano passado para aproveitar as sinergias com a operação brasileira do banco britânico. Em fevereiro, no entanto, o Cade, órgão federal que avalia as fusões e aquisições, disse que aprofundaria as investigações sobre o caso antes de dar o sinal verde para a compra do HSBC.
Ao mesmo tempo, a direção do HSBC sofre pressão do Sindicato dos Bancários. A empresa teria cortado o PLR dos funcionários por causa do prejuízo no ano passado. Durante alguns dias, agências e centros administrativos foram fechados nas últimas semanas e o sindicato acusou o banco de estar escondendo o balanço financeiro divulgado nesta segunda.
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