O primeiro-ministro eleito de Portugal afirmou hoje que vai imediatamente cortar os gastos públicos e começar a privatizar as empresas, para atender às exigências do pacote de resgate internacional de 78 bilhões de euros. "Nós queremos deixar claro para a comunidade internacional que esse governo planeja respeitar todos os prazos do acordo", afirmou Pedro Passos Coelho.

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"Nós pretendemos surpreender durante os próximos dois ou três meses, indo mais rápido e mais profundo do que o esperado", disse. O Partido Social Democrata (PSD), de Passos Coelho, venceu as eleições gerais realizadas ontem, derrotando o Partido Socialista, do primeiro-ministro interino José Sócrates. No entanto, o PSD, de centro-direita, não conseguiu obter a maioria no Parlamento.

A maioria era considerada crucial para o governo ser capaz de aprovar as duras reformas estabelecidas pelo programa de ajuda da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Outro partido conservador, o Centro Democrático e Social (CDS), que ficou em terceiro lugar nas eleições, afirmou que está disposto a negociar uma aliança com Passos Coelho.

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"As discussões com o CDS vão começar imediatamente e nós esperamos que um governo esteja pronto para assumir o poder neste mês", declarou Passos Coelho. De acordo com a legislação portuguesa, pode demorar semanas até que um novo governo assuma o comando. Segundo Passos Coelho, uma data não foi estabelecida.

A principal prioridade do novo primeiro-ministro de Portugal é controlar o crescente déficit orçamentário do país, enquanto as reformas necessárias para aumentar as perspectivas de crescimento econômico durante os próximos anos são feitas. "Assim que mostrarmos que estamos fazendo a nossa lição de casa, nós poderemos voltar para os mercados para nos financiar. E assim que isso acontecer, Portugal poderá algum dia renegociar as taxas de empréstimos do programa de resgate", afirmou Passos Coelho.

O novo primeiro-ministro, porém, disse que seu governo não vai buscar renegociar imediatamente qualquer um dos termos do programa, que, entre outras coisas, exige que Portugal corte seu déficit orçamentário para 5,9% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e 3% em 2013, ante os 9,1% do ano passado.