Fillon insinuou que manterá os incentivos aos agricultores franceses| Foto: Evaristo Sa/AFP

O primeiro-ministro da França, François Fillon, disse ontem que "mais do que nunca" o continente europeu precisa da moeda comum e que "o projeto europeu não tem volta". Em visita ao Brasil, Fillon fez uma palestra para empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), onde defendeu o acordo acertado entre 26 países da União Europeia (UE) em Bruxelas, na semana passada.

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O premiê mencionou o único país a não participar do pacto, o Reino Unido. "A falta de unanimidade é um freio para os nossos acordos", comentou. "Em outras ocasiões, a posição britânica teria levado ao fracasso ou a resultados muito mais fracos [na negociação de um acordo], mas o que conseguimos [na semana passada] foi histórico", acrescentou Fillon.

Na semana passada, os países do bloco europeu concordaram, entre outros assuntos, em estabelecer metas de controle do déficit público que devem ser incluídas nas constituições nacionais e sujeitas a controle por organismos europeus. Segundo Fillon, foi um fato político muito importante a união da Alemanha e da França para agirem juntos na formulação de propostas contra a crise do euro.

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Fillon admitiu não saber se e quando os mercados iriam reagir positivamente aos resultados do acordo firmado em Bruxelas, que deve receber a assinatura formal dos países participantes somente em março. "Eu sei que os mercados (...) às vezes podem ter uma visão muito imediatista, mas isso também é parte da função deles", afirmou.

Subsídios agrícolas

Fillon afirmou apoiar um acordo de livre comércio entre a UE e o Mercosul, mas ressalvou que as duas partes precisavam deixar a linguagem diplomática de lado, por vezes, para chegar a um entendimento. "Nós nunca vamos abandonar a agricultura, ou deixar que desapareça. O setor agrícola [para nós] também é uma questão estratégica", disse ele, chamando o assunto de "linha vermelha" da Europa para as negociações com o bloco latino-americano.

Um dos pontos de discórdia entre as economias emergentes e os países desenvolvidos, notadamente EUA e os integrantes da Europa, são os subsídios concedidos aos agricultores do segundo grupo, que são vistos como "barreiras" para a entrada dos produtos agrícolas do primeiro.

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