O dólar subiu 1% ante o real nesta sexta-feira (21), refletindo o quadro de aversão ao risco nos mercados globais após a atividade no setor industrial da China recuar no maior ritmo em seis anos, a mais recente notícia que traz preocupação sobre a desaceleração da segunda maior economia do mundo.
A moeda norte-americana subiu 1,05%, a R$ 3,4960 na venda. Na semana, o dólar acumulou alta de 0,37%.
“Os fatores para o câmbio ainda são negativos, com a situação da China piorando e o lado político aqui que não mostra sinais de melhora”, disse o economista da Tendências Consultoria Silvio Campos Neto.
A surpreendente desvalorização do yuan na semana passada e o quase colapso das bolsas de valores vêm provocando temores sobre a economia da China, levando os mercados financeiros a derraparem.
Após pânico com moeda chinesa, mercado avalia impacto mundial
Preocupação é de que a desaceleração da segunda economia do mundo é mais aguda do que se pensava
Leia a matéria completaO Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) preliminar do Caixin/Markit foi a 47,1 em agosto, bem abaixo da mediana das projeções em pesquisa da Reuters com analistas, que previam 47,7, e do resultado final de julho, que marcou 47,8.
Nesse contexto, o dólar valorizava-se frente às principais moedas emergentes, como os pesos chileno e mexicano. As bolsas de valores no mundo também sofreram, com os índices acionários norte-americanos despencando mais de 3%.
Impasse político
O cenário político turbulento também levou investidores a adotarem cautela. Na véspera, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF), tornando-se o primeiro político com foro privilegiado a ser acusado por envolvimento no escândalo de corrupção apurado pela operação Lava Jato.
“Vai demorar até que o mercado consiga deixar de lado a política. Todo dia há um componente de incerteza adicional, além da economia fraca e do cenário externo”, disse o operador de uma corretora nacional, sob condição de anonimato.
Swaps
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 11 mil contratos de swap cambial tradicional, que equivalem a venda futura de dólares, para a rolagem do lote que vence no próximo mês. Ao todo, o BC já rolou US$ 7,033 bilhões, ou cerca de 70%, do total de US$ 10,027 bilhões e, se continuar neste ritmo, vai recolocar o todo o lote.
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