São Paulo (AE) – A agricultura está atrasada em até 45 dias para os preparativos da safra de verão, que começa a ser plantada no fim de setembro. As compras de fertilizantes, defensivos e sementes ainda são incipientes, se comparadas a anos anteriores. O atraso já preocupa a indústria de insumos, que, apesar de ter travado as vendas por causa das dívidas da safra passada, vê risco de que ocorra um gargalo logístico na entrega de produtos, se houver uma concentração de compras nos próximos 60 dias.

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A cautela dos produtores é resultado de uma conjuntura desfavorável, que combina baixas cotações das commodities agrícolas no mercado internacional com endividamento elevado dos agricultores e preços altos dos insumos. A Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) calcula que a dívida atrasada dos produtores com bancos oficiais chega a R$ 12 bilhões. Além disso, o real valorizado não fez o preço do fertilizante baixar, pois a alta do petróleo e do frete agiram em sentido contrário.

Com isso, os volumes de adubos entregues ao produtor no primeiro semestre ficaram 28% abaixo do nível registrado no mesmo período de 2004. A projeção inicial, que era de um recuo de 5% nos volumes vendidos neste ano, foi ampliada para uma queda de 10%, diz Daher.

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Apesar da queda no uso de tecnologia, se as condições climáticas forem normais, a produção nacional de grãos deve crescer 9,5% e atingir 125,5 milhões de toneladas em 2006, segundo projeção da MSConsult. "Vamos voltar para o nível de produção de 2003. Não será um ano desastroso, nem em renda do produtor nem em abastecimento, mas a agricultura vai andar de lado", diz o sócio da MSConsult, Fábio Silveira.