Curitiba Festas de fim de ano, presentes de Natal e viagens de férias costumam gerar despesas extras que nem sempre cabem no 13.º salário. Principalmente porque, em muitos casos, o dinheiro serve apenas para pagar dívidas contraídas durante o ano. Uma das saídas para não se perder nas contas e nos juros do cheque especial é se organizar desde já e frear o impulso consumista quando dezembro chegar.
Para o economista Jurandir Sell Macedo Junior, doutor em Finanças Comportamentais, é possível sim evitar dívidas no fim do ano. O segredo: organização. "Colocar na ponta do lápis os gastos e elaborar um planejamento para as finanças é a fórmula para se alcançar a tão sonhada liberdade financeira." Segundo o professor, esse hábito pode gerar uma economia mensal de, pelo menos, 8%. "Parece pouco, mas para quem vive com o dinheiro contado, faz diferença. Você percebe os desperdícios e deixa de cometê-los."
Esse controle pode ajudar inclusive a evitar os tradicionais excessos de consumo do Natal. "O exagero tira o próprio prazer da compra. Nessa época, as pessoas compram e ganham um monte de porcarias, que normalmente não seriam interessantes e a dívida no cheque especial traz uma ressaca financeira." Quanto ao 13.º que vai chegar, o economista é categórico: "Se você tem dívidas, não deixe de pagá-las." Mesmo quem está com o orçamento equilibrado não fica livre para o consumo. "Separe uma parte, metade por exemplo, para economizar e investir", orienta. "É importante começar o ano com uma reserva." Essa economia pode ajudar nas despesas extras de janeiro e fevereiro, como a matrícula dos filhos, IPTU e IPVA.
A vendedora Jenifer Tavares garante que já aprendeu essa lição. "Vou guardar uma parte do 13.º salário." A outra parcela, segundo ela, vai ser utilizada para comprar presentes para os pais, sobrinhos e para o namorado. "Vou me organizar desde já para comprar à vista e economizar." Já a aposentada Eurema Gasparelo diz que ainda não está economizando e, por isso, vai precisar do salário extra de fim de ano para comprar presentes para os netos e pagar a viagem para o Rio de Janeiro. "Mas não vou gastar muito não. São apenas lembrancinhas."
Segundo o professor Jurandir, o controle das finanças não precisa ser feito em uma planilha elaborada, mas exige dedicação ao longo de todo o ano. "Dinheiro é carente, você precisa de tempo para cuidar dele. É como um namorado. Se você não der atenção, ele não vai ficar com você", compara. A sugestão do economista é ter sempre a mão um caderno para anotar todas as despesas. "O sucesso econômico é resultado de uma equação simples entre quanto se ganha e quanto se gasta. Não adianta fazer dez gols, por exemplo, e levar 12."
Com as contas em dia, o próximo passo é guardar. Segundo o professor, um pessoa aos 30 anos, que economiza cerca de 6% do que ganha, vai chegar ao fim da vida produtiva com uma boa condição de vida. "É fundamental preparar o futuro dos filhos e, principalmente, para a aposentadoria."
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