Em um mundo de hiperconectados, o ato de sair de casa com o celular na mão, na mochila ou no bolso da calça já se integrou à rotina de forma quase inconsciente. Agora, empresas de tecnologia se mobilizam para dar o passo adiante. A nova tendência de mercado, na mira de gigantes como a Samsung, Apple e Google, propõe uma mudança na maneira como você convive com seu aparelho: em vez de carregar o celular, você irá vesti-lo.
Não à toa, os relógios, pulseiras e óculos inteligentes têm sido chamados de "tecnologia vestível". A produção de dispositivos eletrônicos para usar no pulso ou mesmo sobre os olhos não é recente, mas ganhou força nas últimas semanas devido a uma série de anúncios e boatos, que trazem à tona uma disputa de gente grande para a liderança do que muitos já chamam de o próximo grande mercado de computação.
O Google anunciou há 10 dias que relógios inteligentes equipados com o sistema operacional Android chegarão ao mercado ainda em 2014. O dispositivo, chamado por enquanto de Android Wear, deve trazer um avanço significativo em relação a aparelhos semelhantes: em vez de servir como um mero complemento de outros smartphones, o relógio terá "vida própria". Em um vídeo divulgado pela companhia, jovens utilizam o dispositivo para receber notificações de redes sociais, visualizar mapas e, usando comandos de voz, responder a mensagens de texto e fazer pesquisas na internet.
A diversidade de aplicativos e o uso simultâneo com outras tarefas são apontados pelo coordenador do Curso de Engenharia de Produção da Universidade Positivo, Glavio Leal Paura, como os grandes diferenciais dos aparelhos. "Você livra sua mão e passa a ter acesso a dados e informações como se olhasse a hora. É uma praticidade muito maior e um uso mais eficiente dos apps", resume.
Concorrência
A Apple ainda não anunciou formalmente um relógio inteligente, mas especula-se que a empresa estaria prestes a divulgar um novo produto nesta linha. A entrada da Apple e Google no mercado, preveem especialistas, deve fazer enfim os vestíveis deslancharem. O dispositivo da Samsung lançado ano passado, chamado de Galaxy Gear, foi fracasso de crítica e de vendas, inclusive com consumidores devolvendo o produto às lojas.
Para o engenheiro eletrônico Almir Meira, coordenador dos cursos de Engenharia da Computação e Engenharia de Produção 2.0. da FIAP, ainda é cedo para pensar que os vestíveis substituirão os smartphones tradicionais. "O celular hoje é o principal item de comunicação das pessoas. Será difícil haver este mesmo nível de urgência na compra dos relógios, mas creio que eles farão muito sucesso. Ainda neste Natal deve haver um boom de vendas nos Estados Unidos", prevê.
No pulso
Confira alguns produtos já lançados que se baseiam no conceito da chamada "tecnologia vestível":
Sony SmartWatch
Recebe notificações de mensagens, e-mails e redes sociais, além de avisos de ligações para o celular. A versão SW 2 é vendida por R$ 989.
Gear 2
Funciona como dispositivo complementar para os smartphones e tablets da Samsung. Será vendido a partir de abril no Brasil por R$ 1.299.
Nike Fuelband
Pulseira da Nike que possui um acelerômetro e grava os movimentos que o usuário faz durante o dia. Sai a partir de US$ 149 (cerca de R$ 343).
Gear Fit
Pulseira eletrônica da Samsung compatível com aparelhos da linha Galaxy. Possui um monitor cardíaco e vários apps de saúde. Sai no Brasil, a partir de abril, por R$ 899.
