A participação dos produtos estrangeiros no consumo nacional bateu novo recorde ao atingir 21,8% no segundo trimestre deste ano, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A proporção é a maior desde 2007, quando a pesquisa teve início. Esse resultado reflete, de acordo com a entidade, o efeito do câmbio desvalorizado e a falta de competitividade da indústria brasileira.
O Coeficiente de Penetração das Importações de 21,8% representa um aumento de 1,2 ponto porcentual em relação à participação registrada no mesmo trimestre do ano passado. Os 22,5% registrados no primeiro trimestre deste ano, que representavam o resultado recorde, foram revisados para 21,7%.
Apesar da tendência de alta desse indicador registrada até agora o gerente executivo de pesquisa e competitividade da CNI, Renato da Fonseca, aposta que a participação de produtos estrangeiros no consumo nacional começará a cair a partir do próximo trimestre. "A tendência de crescimento deve acabar. Nossa expectativa é que o efeito da desvalorização cambial se intensifique na decisão de importar e esse indicador comece a cair, porque está mais caro importar", afirmou.
Além do efeito do câmbio, segundo Fonseca, o alto índice de consumo de produtos importados registrado neste ano também reflete a falta de força da indústria nacional. "No mercado interno, você perde espaço para os importados, que ainda conseguem entrar, mesmo com a desvalorização do câmbio", afirmou.
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