O presidente da seguradora americana AIG, Edward Liddy, disse nesta quarta-feira (18) ao Congresso que havia solicitou aos executivos que se beneficiaram de dos bônus de US$ 165 milhões pagos pela empresa que façam "o correto" e devolvam a metade do dinheiro recebido.
"Especificamente, pedi para aqueles que receberam pagamentos superiores a US$ 100 mil devolverem pelo menos metade do dinheiro", afirmou.
O principal líder da AIG está prestando depoimento nesta no Congresso dos Estados Unidos, ante parlamentares que se dizem indignados pelo escândalo dos bônus pagos aos executivos da empresa, recentemente resgatada da falência mediante empréstimos de US$ 180 bilhões de dinheiro público.
Mais cedo, Liddy, havia dito que não tinha outra opção legal a não ser pagar os "bônus desagradáveis", mas disse que está aprendendo com seus erros. "Foram cometidos erros na AIG numa escala que poucos podiam ter imaginado que seria possível", afirmou.
O presidente executivo designado pelo governo afirmou que sua nova equipe de direção está trabalhando duro para reestruturar a AIG a fim de reembolsar aos contribuintes americanos os US$ 180 bilhões emprestados.
"Para poder fazer isso, devemos continuar cuidando de nosso negócio como um negócio", afirmou. "Como consequência disso, e como consequência de algumas obrigações legais, a AIG realizou recentemente uma série de pagamentos compensatórios, alguns dos quais considero desagradáveis", acrescentou.
Bônus
Com prejuízo de US$ 99 bilhões no ano passado, a AIG está sobrevivendo graças a três socorros federais no valor de até US$ 180 bilhões. Nos últimos dias, no entanto, veio à tona a informação de que a empresa pagou US$ 165 milhões em bônus a executivos.
A notícia enfureceu o governo e a opinião pública dos Estados Unidos. Segundo o secretário de Justiça e Procurador-Geral do Estado de Nova York, Andrew Cuomo, dos 73 executivos que receberam o pagamento, 11 já teriam inclusive deixado a empresa.
"Todos esses pagamentos foram realizados a indivíduos cujo desempenho levou a perdas catastróficas e deixaram a AIG perto de quebrar", criticou ele. De acordo com Cuomo, os sete principais executivos da companhia receberam em conjunto mais de US$ 28 milhões.
Na segunda-feira, o presidente dos EUA, Barack Obama, disse que vai usar todos os meios legais para impedir os pagamentos. Obama classificou como "degradante" o uso de dinheiro público para pagar executivos e afirmou que a ação revela a "a necessidade de uma reforma exaustiva no sistema regulador financeiro".
No dia seguinte, o Tesouro dos EUA informou que retomaria o dinheiro pago aos executivos. Os recursos, segundo o secretário Timothy Geithner, serão descontados dos US$ 30 bilhões que a AIG ainda tem a receber do governo.
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