A dificuldade de se obter licenças ambientais poderá colocar em risco o abastecimento de energia elétrica no país a partir de 2010, alertou o presidente da Eletrobrás, Aloisio Vasconcellos, nesta segunda-feira.
Para o executivo, está havendo um radicalismo por parte dos ambientalistas em torno dos novos projetos de energia hidrelétrica do país, como as mega usinas de Belo Monte (AM) e do complexo do Rio Madeira (RO), a primeira com previsão de gerar 12 mil megawatts (MW) e a segunda, 6 mil MW.
- Todo mundo é favorável ao meio ambiente e defende o desenvolvimento sustentável, agora, tem que ser visto com realismo e não com radicalismo - disse Vasconcellos a jornalistas após palestra na Associação Comercial do Rio de Janeiro.
Ele explicou que os projetos de Belo Monte e de Rio Madeira são fundamentais para garantir o abastecimento do país a partir de 2010, e lembrou que se a economia brasileira crescer 3% ao ano, a oferta de energia precisaria aumentar 4,5%.
- Vamos ter que investir a partir de 2010 para ter mais 5 mil MW de energia ao ano, precisamos de Belo Monte e Madeira...o Brasil precisa dessas usinas e a engenharia brasileira tem a solução para o problema apresentado pelo meio ambiente - disse o executivo sem dar detalhes.
Vasconcellos antecipou que a Eletrobrás participará ativamente do próximo leilão de linhas de transmissão, previsto para ser realizado em 18 de agosto. Segundo o executivo, a estatal vai disputar quatro dos oito projetos que serão licitados, por meio das controladas Furnas, Chesf e Eletronorte.
As empresas vão participar das licitações da região da Amazônia e da integração do eixo Norte com o Sul.
- Vamos participar porque é uma natural vocação nossa equilibrar a cobertura da área do Oeste e do Norte do país. Além disso, queremos também participar do processo de integração de Goiás com Tocantins, através da linha Jauru-Vilhena - afirmou.
Ele ressaltou que a Eletrobrás deverá entrar no leilão junto com a iniciativa privada e será minoritária, com no máximo 49% dos empreendimentos. A taxa de retorno prevista para os investimentos da empresa em linhas de transmissão é, em média, de 12%, informou.
A Eletrobrás planeja investir este ano US$ 5,2 bilhões em geração e transmissão. Nos próximos 10 anos, a previsão é de aplicar US$ 40 bilhões na expansão do sistema.
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