A presidente da Petrobras, Graça Foster, reclamou nesta terça-feira (8) dos atrasos dos fabricantes estrangeiros nas sondas encomendadas pela Petrobras. Segundo ela, um de seus diretores está na China para "buscar no dente", um equipamento que está atrasado há dois anos. "Temos casos recentes de atrasos de dois anos em sondas feitas 100% na China. Posso dar nomes e endereços. Um dos nossos diretores está lá para buscar uma sonda 'no dente'", disse Graça.
Ela falou sobre o assunto ao fazer uma enfática defesa do conteúdo local exigido pelo governo Dilma nas sondas da Petrobras a uma seleta plateia de dirigentes das maiores siderúrgicas do mundo, que estão reunidos em São Paulo ontem e hoje.
Os críticos da política de conteúdo local argumentam que as exigências aumentam os custos da Petrobras. Graça afirmou que a empresa é "seletiva" e que "deixou claro para o governo" que só compra no Brasil o que "agregue valor para a Petrobras".
Também presente no evento, Marcelo Odebrecht, presidente da construtora Odebrecht, fez uma crítica indireta a política de conteúdo local ao dizer que os equipamentos têm 35% de conteúdo local na Coreia do Sul e 60% no Brasil, "que nunca fabricou sondas".
"É uma política acertadíssima, mas é importante termos consciência da pressão que isso cria sobre todos nós e do desafio que representa para a cadeia de fornecedores", disse Odebrecht.
Graça esclareceu que não há sondas em atraso hoje no Brasil e que 16 importadas do exterior tiveram algum tipo de atraso, inclusive o que foi feito na China, Japão e Coreia, os maiores produtores globais.
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