- Fundos confirmam oferta de 7 bilhões de euros pela Portugal Telecom
- Anatel quer assinar semana que vem termos de uso do 4G
- Operadoras terão que investir US$ 193 bilhões até 2020 na América Latina, diz consultoria
- Minuto de celular no Brasil custa em média R$ 0,16, diz Anatel
- Número de linhas de celulares no país passa de 278 milhões
O presidente da TIM, Rodrigo Abreu, disse nesta segunda-feira (1) que a possibilidade de negócio com a Oi - seja uma compra da TIM pela Oi ou uma fusão entre as duas - é vista pela companhia como oportunidade e não necessidade.
O executivo falou com a imprensa após discursar na abertura do seminário International Telecomunications Society, no Rio, e evitou fazer um prognóstico sobre a possibilidade de fechar negócio com seus concorrentes.
Ele disse apenas que a empresa está atenta às oportunidades para fazer crescimento orgânico e aproveitou para alfinetar a Oi, ao dizer que se existirem empresas no mercado que precisem de reestruturação, certamente a TIM não está entre elas.
"É obvio que qualquer empresa responsável tem que entender o ambiente no qual está inserida, do ponto de vista de configuração ou reconfiguração do setor. É por essa razão que temos dito que se existirem oportunidades, serão analisadas. O processo segue para nós sem a necessidade de que algo aconteça. Talvez exista players no mercado que tenham necessidade de uma grande mudança estrutural que certamente não somos nós", afirmou Abreu.
Abreu lembrou que a compra da Portugal Telecom pela a Oi elevou o endividamento da brasileira. Ele considerou que a possível venda da empresa europeia, o que permitiria a brasileira saldar suas dívidas e fazer uma possível oferta de compra à TIM, deixaria a Oi no mesmo patamar em que ela se encontrava há dois anos, antes de o processo de fusão começar.
Em tom dúbio, ele deu a entender que seria difícil para Oi fazer uma oferta de compra que atendesse às expectativas dos controladores da TIM mesmo após se capitalizar com a venda.
"Na prática, se esse processo de venda for concluído, será uma volta do que [a Oi] era há dois anos. Mas vale lembrar que o índice de alavancagem da companhia é muito alto. Quando você baixa o índice de alavancagem por causa de uma venda, você ainda volta para uma situação de alta. Não acredito que seja propriamente um fato concluído dizer que a recapitalização é a solução de todos os problemas [da Oi]", disse.
Consolidação do mercado
Atualmente há um movimento de consolidação do mercado de telefonia. Há a expectativa que a Oi venda a Portugal Telecom para que possa, ao lado da Vivo e da Claro, fazer uma oferta de compra da TIM à Telecom Italia.
O acordo previa que a oferta só seria feita se a Oi vendesse a PT. A companhia pretende usar o dinheiro para reduzir sua dívida de R$ 47,7 bilhões. Com isso, ganhará fôlego para se capitalizar e, em conjunto com as concorrentes, fazer a oferta pela TIM.
Mas isso não significa que a TIM vá ser fatiada. O negócio depende da aprovação do conselho da Telecom Italia, que, neste momento, tem "carta branca" para avaliar de que forma poderá se consolidar no Brasil.
Em vez de vender a TIM, os italianos preferem uma fusão com a Oi. Mas, para isso, querem abrir todas as gavetas da companhia. A Oi ainda negocia a venda das operadoras da PT na África e espera arrecadar mais US$ 1,2 bilhão.
A operadora francesa Altice aumentou o lance pela compra da Portugal Telecom (PT) e ganhou a preferência da diretoria da Oi, que recomendou ao conselho a aprovação do negócio.
Nesta segunda-feira (1º), a Oi celebrou um contrato de exclusividade com o grupo europeu de telecomunicações Altice por um período de até 90 dias para negociação dos termos finais da venda dos ativos da Portugal Telecom.