O presidente da Usiminas, Wilson Brumer, acredita que uma fusão entre a siderúrgica e a CSN criaria uma empresa maior, mas não traria grandes sinergias.
Em entrevista à edição deste domingo (5) do jornal O Estado de S. Paulo, o executivo disse que não existem conversas com Usiminas ou Gerdau sobre o assunto e que não há razões para que os atuais acionistas da companhia que preside aceitem o presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, no bloco de controle da Usiminas. "Não vejo nenhuma razão para os atuais acionistas aceitá-lo no grupo de controle. Não haveria necessidade", disse.
De acordo com ele, o objetivo do presidente da CSN seria "um investimento mais financeiro do que estratégico", e que seria uma situação "curiosa" um competidor no Conselho de Administração.
"Pode até acontecer (uma fusão entre siderúrgicas brasileiras), mas acredito que o timing pra isso se perdeu na década de 90,... início da década de 2000", afirmou Brumer ao jornal.
Além disso, Brumer afirmou que os preços do minério de ferro cresceram muito e existe a previsão de que o cenário será mantido por um período de cinco a dez anos.
"A siderurgia, hoje, não será competitiva se não for integrada. Mas isso não quer dizer que as siderúrgicas não estejam aumentando a capacidade."
Para Brumer, a Usiminas tem como "sonho" chegar a um Ebitda (sigla em inglês para lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização) de 8,3 bilhões de reais em 2015, com um valor da empresa de 50 bilhões de reais. Com a mudança nos fundamentos, disse o executivo ao jornal, será possível atingir a meta.
"Quando aumenta a competitividade, aumenta a capacidade."
Questionado se o governo brasileiro estaria equivocado em pressionar a Vale a investir em siderurgia, o presidente da Usiminas disse que não, mas que abrir uma nova unidade no Brasil "não é viável sob o ponto de vista econômico".
"Não sei se a Vale seria o veículo que deveria conduzir essa discussão. Na minha opinião, deveria ser o setor siderúrgico", afirmou Brumer.
"O País tem de discutir se quer mesmo ter um setor siderúrgico. Não estou defendendo subsídios ou proteção para o setor. O que eu defendo é que busquemos isonomia. Precisamos ter no Brasil as mesmas coisas que os outros países têm."