O presidente da Varig, Marcelo Bottini, confirmou neste sábado que Fernando Pinto, presidente da companhia estatal TAP, negocia uma proposta para a Varig que inclui a manutenção das atividades da empresa até à realização de um possível leilão, caso a proposta da NV Participações seja rejeitada pela Justiça.

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- As conversações estão em andamento mas, no momento, a NV ainda tem, por exigência da Justiça, que apresentar suas garantias, como determina o edital. Mas as conversas com a TAP estão avançando e eles estão dispostos, junto com outros investidores, a manter a a empresas até um novo leilão - disse.

- Segunda-feira é o dia D para a Varig - enfatizou Bottini.

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O dirigente também comentou o encontro que teve ontem com a presidente da BR Distribuidora, Maria da Graça Foster:

- Marcamos um encontro, até porque ainda não conhecia pessoalmente a presidente da BR. A BR é uma grande parceira da Varig, com quem temos um relacionamento de muitos anos - assinalou.

Neste sábado, a Varig completa um ano de ingresso na nova Lei de Falências e, segundo Bottini, por ser uma lei nova e, principalmente, por ser a Varig a grande empresa que está experimentando essa nova lei, algumas imperfeições nessa lei acabam impedindo o avanço da recuperação de empresas.

- Por exemplo, quando decidimos vender um ativo (a Varig), vem o fantasma da sucessão fiscal. Se isso fosse verdade, não haveria recuperação. Outra coisa é uma empresa em recuperação não ter acesso a uma linha de crédito. Quando fomos ao governo, não fomos pedir dinheiro e sim que houvesse uma linha de crédito, via BNDES, para que esta nova Varig, com seu plano de recuperação aprovado pelos credores, pudesse ter recursos, tivesse crédito. O BNDES abriu um empréstimo-ponte que não avançou - disse Bottini.

- É preciso aperfeiçoar essas imperfeições para criar jurisprudência. As entidades governamentais devem liderar processos para a solução e recuperação da empresa, e não emprestar dinheiro - completou.

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Ainda segundo Bottini, se essas imperfeições não forem corrigidas qualquer outra empresa que ingressar na nova Lei de Falências poderá esbarrar nos mesmos entraves, como a falta de crédito para se manter - explicou.

O presidente da Varig acrescentou que as reuniões para encontrar um desfecho favorável para a empresa deverão prosseguir nesta segunda-feira.