Presidente da Varig diz que vôos não serão interrompidos

O presidente da Varig Marcelo Bottini disse nesta quarta-feira que não existe a possibilidade de a companhia parar suas atividades a partir desta quinta-feira, apesar dos rumores que têm circulado na imprensa.

"Não existe chance de a empresa parar de maneira alguma. Temos trabalhado hoje com os credores, mas precisamos de investimentos. Este risco de parar, já se fala nele há dez anos, mas o que realmente precisamos é de um investidor, para que possamos dar continuidade à empresa", disse o presidente da Varig, pouco antes de iniciar a assembléia de credores, na sede da Fundação Ruben Berta (FRB), no Rio.

Durante a assembléia, que começou há pouco, os credores devem decidir quais serão os gestores dos Fundos de Investimento e Participações (FIPs), responsáveis pela captação de recursos para a empresa, em processo de recuperação judicial desde meados de 2005.

Sobre o projeto de investimento da VarigLog, apresentado na terça-feira aos credores, que prevê um aporte de US$ 350 milhões e a divisão da companhia em duas empresas - uma operacionalmente saudável e outra com dívidas e passivos - Bottini comentou que, apesar de ter recebido informações de que a proposta não foi bem vista pelos principais credores, a proposta pode ser aprimorada.

"A Varig vem desde o ano passado em um plano de recuperação e é extremamente necessário que haja um investimento. Isso deve ocorrer o mais rapidamente possível. Toda a proposta, independentemente dela ser julgada boa ou má, quem vai julgar é o credor. As propostas são apresentadas e levadas ao conhecimento dos credores, que sabem como anda a empresa. Eu aprovo qualquer proposta que seja um investimento na Varig e que possa apresentar a ela (companhia) uma solução de continuidade."

O executivo reforçou ainda que a diretoria pretende estudar formas de aperfeiçoar a oferta, mas que a decisão final é dos credores.

"A proposta da VarigLog é bastante complexa e a aprovação final é do credor. Levamos esta proposta aos principais credores porque é muito difícil reunir todos. Participamos de negociações há anos e elas começam de uma maneira e depois vão se aperfeiçoando. Devem haver novas rodadas em torno desta proposta", sinalizou.