O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, pressionou os governos da zona do euro para iniciar o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (EFSF), mostrando exasperação com o lento progresso e resistindo à pressão para que o BCE assuma um papel maior anticrise.
Outros membros do BCE se juntaram a Draghi no pedido de ação aos governos, dizendo que o banco não deve ir além de seu mandato de manter a estabilidade de preços.
Draghi destacou que os líderes da União Europeia decidiram iniciar o EFSF há mais de um ano e meio, com a alavancagem de seus recursos acertada há quatro semanas.
"Onde está a implementação das decisões?", questionou, durante discurso ao Congresso Bancário Europeu em Frankfurt. "Não devemos esperar mais."
Os governos querem fortalecer o fundo de resgate para combater a crise de dívida e estabeleceram em dezembro o prazo para aumentar seu poder de fogo, mas esses esforços têm sido mitigados por atrasos, pela disparada dos juros pagos em bônus soberanos e pelo fraco interesse de investidores.
Nesse contexto, alguns países têm pressionado o BCE para assumir um papel maior e ir além das relativamente tímidas intervenções nos mercados de bônus.
Alemanha e França, duas potências europeias, divergiram nesta semana sobre se o BCE deveria intervir com mais força para conter a crise, uma vez que suas modestas compras de títulos fracassaram em acalmar os mercados.
Fazendo coro com Draghi, o presidente do BC alemão, Jens Weidmann, pediu que os governos implementem medidas anticrise e disse que a independência do BCE não pode ser prejudicada.
"A falta de sucesso na contenção da crise não justifica esticar o mandato do banco central e torná-lo responsável pela resolução da crise", declarou Weidmann, que é uma voz poderosa no conselho executivo de 23 membros do BCE.
Ele sublinhou que "um compromisso claro com o nosso mandato é um elemento indispensável de um futuro próspero para o euro."
Na Espanha, José Manuel González-Páramo, também do conselho executivo, disse que os governos da zona do euro precisam assumir a responsabilidade por seus problemas de dívida pública e que o BCE não pode ir além de suas atribuições para ajudar os governos através de compras de bônus.
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