O presidente do Banco do Brasil, Alexandre Corrêa Abreu, afirmou nesta quinta-feira (25) que o banco não tem interesse em realizar qualquer tipo de aquisição no Brasil ou no exterior. O comentário foi feito em resposta a pergunta sobre potencial apetite pela operação de banco de varejo e cartões do Citi que foi posta à venda no Brasil, Argentina e Colômbia. O BB tem operações na Argentina.
“Não está em nosso radar nenhum tipo de aquisição. No Brasil, nossa estratégia é de crescimento orgânico e no exterior, para otimizar as estruturas que já temos”, afirmou durante entrevista concedida para a imprensa na sede do banco, em São Paulo.
Ciclos econômicos
Há dois movimentos acontecendo atualmente que exigem atenção do Banco do Brasil, disse o presidente da instituição, citando o ciclo econômico e os ajustes a processos digitais que mudam a forma de fazer negócios.
“Temos de encontrar as melhores estratégicas para ambos. No que diz respeito ao ciclo econômico, procuramos manter a solidez nas análises de crédito reforçando posição onde temos competência histórica, como agronegócio e exportador”, pontuou. Ao mesmo tempo, acrescentou, “sempre procuramos conhecer mais os clientes e fazer condução preventiva das concessões de crédito, de modo a nos posicionarmos no ciclo econômico que tende a melhorar”.
Abreu comentou ainda que o BB tem investido em inovação e tende a continuar nesse sentido. Ele citou o lançamento do BB Exclusivo, um canal digital para os clientes de melhor renda. O BB estima que poderá atingir dos atuais 6,7 mil clientes com acesso ao canal em dezembro de 2015 até 650 mil ao final de 2016.
Dividendo
A decisão do Banco do Brasil de distribuir um porcentual menor do lucro líquido à título de dividendo (25%) é uma sinalização de que o BB está atento a manutenção, acima do exigido, do nível de Basileia, segundo Corrêa Abreu.
“Em relação ao capital temos política bastante transparente e a decisão do Conselho de Administração é relevante, mostrando compromisso em sempre ter os níveis de capital principal (II) e o geral em patamares adequados e exigidos pelo Basileia”, disse em resposta a pergunta sobre se o novo dividendo está relacionado a uma preocupação com a adequação do capital do banco. “A distribuição foi decidida pelo Conselho, que entendeu ser o melhor e procurando manter o Basileia 3 acima do requerido”, acrescentou.
O BB fechou 2015 com o índice de Basileia em 16,13%, em linha aos 16,11% do ano anterior. O vice-presidente de gestão financeira e de relações com investidores do Banco do Brasil, José Maurício Pereira Coelho destacou ainda que o banco estabeleceu meta de o capital principal ou próprio estar adequado aos 9,5% exigidos no segundo semestre de 2017, ou seja, 18 meses antes de 2019, limite exigido pelo Basileia 3 para adequação dos bancos.
O Banco do Brasil informou esta semana que o conselho de administração decidiu fixar em 25% o porcentual do lucro líquido do exercício (payout) a ser distribuído aos acionistas a título de dividendos e/ou juros sobre o capital próprio para o exercício de 2016. Em 2014, o porcentual mínimo foi de 40% do lucro líquido.