Desgastado por denúncias de favorecimento a uma amiga em empréstimos concedidos pelo Banco do Brasil (BB) e BNDES, o presidente do BB, Aldemir Bendine, entregou o cargo ao ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Mas a saída dele só será anunciada oficialmente depois da nomeação do novo ministro da Fazenda. O secretário executivo da pasta, Paulo Rogério Caffarelli, deve ser convidado a assumir o comando do BB, de onde é funcionário de carreira.
Substituto
Entre assessores palacianos, Cafarelli é visto como o substituto natural de Bendini. Segundo interlocutores do Planalto, Caffarelli só não ocupará o posto se não quiser ou se estiver interessado em outra colocação.
A avaliação do governo é que ele conquistou espaço e pode escolher para onde quer ir, porque desenvolveu um bom trabalho na pasta. "O cargo será oferecido a ele e só não será dele se ele não quiser", garante um interlocutor do Planalto.
Favorecimento
Bendine foi alvo de denúncias recentes, como o financiamento concedido pelo BB à socialite Val Marchiori em condições favorecidas e o relato de seu ex-motorista, ao Ministério Público Federal, confessando que fez diversos pagamentos em dinheiro vivo a mando do chefe.
Com as denúncias, Bendine ficou desgastado demais para fazer o seu sucessor. Até o nome de Caffarelli surgir como cotado à presidência do Banco do Brasil, as apostas eram de que o vice-presidente de Varejo do BB, Alexandre Abreu, herdaria a cadeira.
Entre os funcionários, era dada como certa a ascensão de Abreu porque, desde as denúncias, Bendini afastou-se das atividades do dia a dia do banco. Com isso, o vice-presidente - responsável pelo programa Bom Pra Todos - ganhou mais espaço e, na prática, é quem toca a instituição.
Paralisação
A indefinição deixou o BB em compasso de espera. Projetos foram interrompidos neste ano, e, por enquanto, a ordem é cortar despesas para aumentar o resultado. Até viagens dos executivos foram limitadas para melhorar o balanço.
Outra decisão é esperar 30 dias para repor funcionários que saíram do cargo. A contenção de pequenas despesas é cada vez mais importante, já que o banco diminuiu os juros há dois anos, a pedido da presidente Dilma. E não deve elevar tarifas para recompor a margem.
"Do (programa) Bom Pra Todos para cá, todo ano é isso. Os outros bancos podem demitir para aumentar lucro, o BB não. Tem de fazer economia onde dá", pondera um especialista.
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