Nova Iorque (das agências) – O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse nesta terça-feira para uma platéia de investidores em Nova Iorque que "a consistência da política econômica do governo tem possibilitado ao Brasil uma performance positiva mesmo em tempos de adversidades".

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"É importante refazermos a mesma questão que me foi feita por uma platéia como esta há dois anos, num momento em que a economia brasileira já dava sinais de recuperação: O que aconteceria quando a economia brasileira enfrentasse o primeiro momento de aversão ao risco internacional ou uma crise no próprio Brasil?", perguntou Meirelles. "Em um cenário positivo, o Brasil se sairia muito bem. Já em um cenário mais adverso, o Brasil se sairia apenas bem. Isso acontece em função da solidez das políticas monetária e fiscal brasileiras."

Meirelles disse que a economia nunca foi tão resistente. "O importante é frisar que a economia brasileira nunca foi tão resistente. Eu não estou aqui para falar de eventos políticos no Brasil, o ministro Palocci falou recentemente a esse respeito. Mas esta é uma boa oportunidade para se focar na economia e nos seus fundamentos, cujas tendências apontam para a previsibilidade e para a estabilidade."

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O presidente do Banco Central acrescentou que o regime flexível de taxa de câmbio e o sistema de metas de inflação, combinados com superávits primários obtidos pelo governo brasileiro, apontam para uma tendência consistente de crescimento.

Juros

Questionado a respeito das altas taxas de juros brasileiras, Meirelles disse que elas são uma "conseqüência direta" da relação entre a dívida e o PIB, que fechou na casa de 50,9% no último mês de junho.

Meirelles observou que esta é uma taxa ainda muito alta, mas que ela vem caindo nos últimos tempos. Um dos fatores para isso, de acordo com Meirelles, seria a incerteza ainda existente no mercado em relação à trajetória futura da inflação. "Perceberemos que ainda há um prêmio de inflação. Isso porque ainda há no mercado dúvidas sobre a trajetória real da inflação no futuro. Mas vai se tornar cada vez mais claro, à medida em que o tempo passa, por conta do compromisso deste governo com essa trajetória (de baixa)", disse.

Em setembro de 2002, no auge da crise cambial que precedeu a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a relação entre a dívida líquida pública e o PIB alcançou 62%.

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O presidente do Banco Central afirmou ainda que, além das altas taxas de juros oficiais (Selic), as taxas de juros praticadas pelo mercado também são muito altas. Mas que, devido à tendência de queda da inflação, no futuro, as taxas de juros brasileiras devem cair. Meirelles recusou, no entanto, a fazer qualquer previsão sobre quando isso pode ocorrer.